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Suástica é pintada na porta de embaixada da Polônia em Israel

Chanceler polonês pede explicações aos israelenses por pichação; lei polonesa polêmica sobre o Holocausto gerou críticas de Israel e Estados Unidos

Por EFE
Atualizado em 19 fev 2018, 21h37 - Publicado em 19 fev 2018, 20h53
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  • O Ministério das Relações Exteriores da Polônia exigiu nesta segunda-feira explicações às autoridades de Israel pela pichação anti-polonesa contendo uma suástica, que apareceu neste domingo na porta de sua embaixada em Tel Aviv, o que alimentou ainda mais a polêmica entre os dois países por conta da nova lei polonesa sobre o Holocausto.

    “O governo de Israel é responsável pela segurança das nossas instituições nesse país”, lembrou hoje o chefe da diplomacia polonesa, Jacek Czaputowicz, que qualificou as pichações de “ato de vandalismo”.

    A pichação apresenta várias suásticas e insultos aos poloneses, que são tachados de “assassinos”. Czaputowicz reconheceu que em Israel existem “sentimentos anti-poloneses”, e apelou à “educação” e ao “diálogo” como os melhores instrumentos para superar possíveis diferenças.

    O vandalismo contra a embaixada é mais um episódio na polêmica causada pela recente lei sobre o Holocausto, aprovada na Polônia, que contempla penas de até três anos de prisão pelo uso do termo “campos de concentração poloneses” e por acusar o país de cumplicidade no genocídio.

    A lei foi criticada pelos Estados Unidos, mas, sobretudo, por Israel, que a considera uma tentativa de “desafiar a verdade histórica”, que pode deturpar a cumplicidade, direta ou indireta, de setores da sociedade polonesa nos crimes contra os judeus.

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    Czaputowicz também se referiu à polêmica causada pelas declarações do primeiro-ministro polonês, Mateusz Morawiecki, no sábado na Conferência de Segurança de Munique (MSC, na sigla em inglês), na Alemanha, ao ser perguntado sobre a lei.

    Morawiecki defendeu a legislação e afirmou que “certamente não será sancionável ou crime dizer que houve criminosos poloneses, assim como também houve criminosos judeus, russos, ucranianos, não apenas criminosos alemães”.

    Essa referência aos judeus suscitou indignação em Israel, cujo primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, manteve ontem uma conversa telefônica com Morawiecki.

    Para o ministro das Relações Exteriores polonês, as declarações do primeiro-ministro foram “mal interpretadas”, já que, “em nenhum caso, tinham a intenção de negar o Holocausto e seus verdadeiros autores”.

    Na opinião de Czaputowicz, mais que uma desculpa, como exige Israel, as palavras de Morawiecki devem ser devidamente explicadas para evitar essa má-interpretação.

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    O ministro polonês também reiterou a necessidade de diálogo com Israel para chegar a um acordo sobre o texto da lei.

    O vice-primeiro-ministro polonês, Jaroslaw Gowin, também entrou hoje na polêmica e afirmou que “o governo da Polônia é um dos mais pró-Israel de toda a Europa“.

    Atualmente, o Tribunal Constitucional polonês analisa se a lei viola os princípios de liberdade de expressão, como alegam seus críticos — muitos creem que a nova regra dificultará o trabalho de jornalistas e historiadores ao abordarem o estudo do Holocausto.

    “A interpretação do Tribunal Constitucional é necessária para eliminar as dúvidas que possam surgir sobre a lei”, explicou Czaputowicz.

    Por outro lado, o principal partido de oposição na Polônia, a força de centro-direita Plataforma Cívica, anunciou sua intenção de apresentar novas iniciativas para tentar reformar a lei, algo que acontecerá previsivelmente nesta terça-feira.

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    “A redação da lei e as péssimas explicações oferecidas pelo primeiro-ministro provocaram um desastre diplomático, por isso vamos propor no parlamento várias emendas à norma”, disse o líder da Plataforma Cívica, Grzegorz Schetyna.

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