O chefe do Estado-Maior Conjunto dos Estados Unidos, o general Mark Milley, afirmou na quinta-feira a repórteres na França que, apesar de o treinamento para as forças ucranianas em tanques Abrams avançados já ter começado, as armas principais que seriam utilizadas na contraofensiva de Kiev contra a Rússia não vão estar prontas a tempo do ataque. O general chegou ao território francês para comemorar o 79º aniversário do Dia D, que lançou um contra-ataque dos aliados na Segunda Guerra Mundial repelindo as forças nazistas .
Os treinamentos com os tanques começaram quando os EUA e seus aliados ocidentais fecharam acordos para treinar os ucranianos com caças modernos F-16, um sistema avançado de ataque. As aeronaves, segundo o general do Exército, são parte do plano de segurança para impedir ataques futuros.
“Todos reconhecem que a Ucrânia precisa de uma Força Aérea modernizada”, disse Milley. “Vai levar um tempo considerável”.
Milley afirmou que o planejamento sobre o tamanho das classes de treinamento do F-16, os tipos de táticas de voo e os locais de treinamento estão sendo elaborados tanto pelos EUA quanto pelos seus aliados, incluindo Holanda e Reino Unido.
+ Biden dá sinal verde para treinamento de pilotos ucranianos em caças F-16
Os países se comprometeram a fornecer os jatos fabricados pelos EUA, apesar do governo americano ter afirmado que eles não estão fornecendo os equipamentos diretamente. No entanto, o presidente americano, Joe Biden, disse que o país vai apoiar o treinamento como parte da coalizão. Assim, à medida que essa logística é resolvida, o treinamento do tanque Abrams avança.
Ao todo, 200 soldados ucranianos começaram um curso de treinamento de aproximadamente 12 semanas na Alemanha no fim do ano passado. Estes recrutas aprendem a manobrar, disparar e conduzir operações de armas combinadas com sistema blindado. Já os outros 200 soldados recebem treinamento de abastecimento de tanques e manutenção de caminhões de combustíveis.
Segundo o cronograma de treinamento dos EUA, as tropas precisam estar em dia com os sistemas antes que 31 dos tanques Abrams de 70 toneladas cheguem neste outono. Os veículos vão fazer parte de uma força de cerca de 300 tanques no total prometidos por aliados ocidentais, incluindo tanques Challenger do Reino Unido, Leopard 2 da Espanha e Alemanha e veículos blindados leves da França.
+ Zelensky reforça aliança no mundo, mas falta combinar com os russos
Por meses, os EUA e os aliados ocidentais hesitaram em fornecer os tanques, argumentando que há desafios significativos de manutenção e abastecimento exigidos pelos sistemas. Os tanques Abrams, por exemplo, podem queimar combustível a uma taxa de pelo menos 4,7 litros por quilômetros, mesmo em marcha lenta. Assim, o comboio de abastecimento precisa estar sempre ao alcance.
A aprovação dos EUA para enviar os próprios sistemas de Abrams, assim como os treinamentos do F-16, foi uma parte necessária das negociações dos aliados sobre tanques para a Ucrânia. Com os acordos, nenhuma nação ocidental precisou fornecer os sistemas sozinhos e correr risco de retaliação direta com a Rússia. Em janeiro, o governo Biden mudou de rumo e concordou que a Ucrânia receberia os tanques.