Michel Temer participa nesta segunda-feira de um jantar com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em Nova York. Outros líderes latino-americanos, como Juan Manuel Santos (Colômbia) e Juan Carlos Varela (Panamá) também foram convidados para o evento, no qual debatem a atual crise na Venezuela.
O jantar começou com um discurso do líder americano contra o regime de Nicolás Maduro. Trump afirmou que quer a restauração da democracia venezuelana em breve, e alertou que pode adotar medidas adicionais para aplicar pressão sobre o país.
Segundo o presidente dos Estados Unidos, o povo venezuelano está faminto e o país está desmoronando. Ele pediu a restauração integral da democracia e das liberdades políticas na Venezuela e disse: “Queremos que aconteça muito em breve”.
O presidente Michel Temer não escapou dos gritos de “fora, Temer” na sua chegada ao hotel Lotte Palace New York, no qual participa do jantar. Do outro lado da rua do estabelecimento, um pequeno grupo de brasileiros protestava contra a presença do presidente. Segundo assessores, Temer não chegou a ver a movimentação.
Os líderes se reúnem em Nova York um dia antes do início da Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas. O presidente Temer inaugurará nesta terça-feira a reunião da ONU, que deve tratar de temas como o programa nuclear e balístico da Coreia do Norte e as atrocidades cometidas pelo governo de Mianmar contra a minoria muçulmana rohingya.
Este é o primeiro encontro entre Trump e Temer desde a posse do presidente americano, oito meses atrás. Os dois se cumprimentaram e falaram rapidamente durante a reunião do G20 em Hamburgo, na Alemanha, em julho.
Venezuela
Estados Unidos, Brasil, Colômbia e Peru são críticos do governo de Nicolás Maduro na Venezuela, mas mesmo assim têm algumas diferenças sobre a forma como a comunidade internacional deve se posicionar em relação à crise neste país.
A mais clara dessas discrepâncias foi anunciada publicamente no mês passado, quando Trump afirmou que os americanos tinham “muitas opções para a Venezuela, incluindo uma possível opção militar, se necessário”. Essa declaração foi rejeitada pelos países da América Latina, que defenderam uma solução diplomática e condenaram de forma enfática a possibilidade de uma intervenção armada americana.
(com agências internacionais)