O ditador da Coreia do Norte, Kim Jong-un, sempre sumido, afeito a divulgar fotos sem data nem contexto, rindo à toa, deu agora um jeito de falar por intermédio de sua irmã caçula, Kim Yo-jong. Quando ela chia é porque o mandachuva quer enviar algum tolo recado ao mundo. Na semana passada, Yo-jong esperneou ao denunciar o uso do Oceano Pacífico, em trecho vizinho aos coreanos do norte, para exercícios militares conjuntos de bombardeiros e caças dos Estados Unidos e da Coreia do Sul. “Audácia” foi a expressão usada. Convém, contudo, sempre estar atento ao que dizem os irmãos autoritários, porque a mentira é regra. Foram eles, a rigor, que mandaram disparar um míssil balístico na véspera da exibição dos inimigos. O artefato caiu em águas japonesas, a oeste de Hokkaido, depois de voar por quase 900 quilômetros, em tom de provocação. A toada prosseguiu com outros dois mísseis de curto alcance da Coreia do Norte capazes de realizar um “ataque nuclear tático”, seguido de uma acusação contra os americanos: “Fanáticos que elevam as tensões na região”. O fanatismo, sabe o planeta, está colado a Jong-un e Yo-jong. Os disparos não passam de retórica quente, por ora, mas são o suficiente para alimentar o incômodo dos irmãos ao sul. Pesquisa recente feita pelo instituto Gallup de Seul mostrou que 76% dos entrevistados admitem a construção de um arsenal nuclear para barrar a movimentação nortista. É um balé nervoso, sem intenções reais de guerra, mas é tudo de que o planeta não precisa no momento.
Publicado em VEJA de 1º de março de 2023, edição nº 2830
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