Terrorista espanhol preso no Brasil será extraditado nesta quinta-feira
Carlos García Juliá condenado a 193 anos de prisão pelo Massacre de Atocha, em 1977, e foi preso em São Paulo em 2018
Condenado por um atentado em Madri em 1977, Carlos García Juliá será extraditado do Brasil para a Espanha nesta quinta-feira, 6, informou seu advogado de defesa, Daniel Mourad Majzoub. O terrorista está detido em solo brasileiro desde o final de 2018.
Integrante do grupo de extrema-direita Fuerza Nueva, García Juliá foi condenado no seu país em 1980 como um dos autores de um ataque a tiros na Rua de Atocha, em Madri, em que foram assassinados três advogados trabalhistas, um estudante de direito e um funcionário público.
O atentado, que ficou conhecido como o Massacre de Atocha, tinha como alvo um líder do Partido Comunista, Joaquín Navarro, que era também secretário-geral do Sindicato dos Transportes das Comissões Operárias. García Juliá e seu comparsa, José Fernández Cerra, foram condenados pela Justiça espanhola a 193 anos de prisão.
O terrorista, que pertencia à Falange e a outros grupos ultradireitistas, estava fora da Espanha desde 1994. Depois de cumprir catorze anos de pena, García Juliá recebeu autorização para deixar a prisão e viajou para o Paraguai. Em 1996, ele foi detido na Bolívia e acusado de tráfico de drogas e de financiamento a grupos paramilitares.
Os detalhes da transferência e os horários de voo não foram divulgados por questões de segurança, afirmou a defesa. A chegada na Espanha está marcada para esta sexta-feira, 7.
Prisão no Brasil
Aos 65 anos de idade, o terrorista foi preso em São Paulo em 5 de dezembro de 2018, mais de três décadas após o atentado, por agentes da Polícia Federal (PF), a pedido da Interpol.
“A PF identificou que esse indivíduo estaria residindo no Brasil com identidade falsa e passou a investigar seu paradeiro. Iniciaram-se diligências para localizar o procurado, com uma possível residência na capital paulista. Ele foi identificado e preso no bairro da Barra Funda“, informaram as autoridades em comunicado emitido no dia seguinte à operação.
(Com EFE)