Testamento de Berlusconi: Veja quem ficou com a fortuna do bilionário
Com a morte do ex-premiê italiano, começou uma trama, no pique da série 'Succession', sobre quem seria o herdeiro do seu grande império
O impetuoso, exuberante e quatro vezes primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi era um bilionário, magnata da mídia e político cujos escândalos financeiros e sexuais fizeram dele uma das figuras mais polêmicas da história moderna. Com a sua morte, no dia 12 de junho, aos 86 anos, começou uma trama, no pique da série Succession, sobre quem seria o herdeiro do seu grande império.
Na quinta-feira 6, os termos do testamento de Berlusconi foram divulgados pela primeira vez, deixando claro que seus filhos mais velhos, Marina e Pier Silvio, frutos do seu primeiro casamento, com Carla Elvira Dall’Oglio, vão controlar o império empresarial fundado pelo ex-premiê italiano. Ambos já têm cargos executivos no negócio e agora passam a controlar 53% da holding da família, a Fininvest.
Marina, 56, preside a Fininvest, enquanto Pier Silvio, 54, está à frente do setor televisivo da empresa, a MFE (MediaForEurope). A Fininvest também é proprietária do AC Monza, clube de futebol italiano da Série A, e de uma participação na gestora de ativos Banca Mediolanum.
Os filhos mais velhos de Berlusconi trabalharam mais próximos ao pai enquanto sua saúde se deteriorava. Enquanto isso, Barbara, Eleonora e Luigi, os três filhos do segundo casamento, com Veronica Lario, estiveram menos envolvidos nos negócios da família e passam a controlar os 47% restantes do império do pai.
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De acordo com a lei italiana, os herdeiros do falecido herdam dois terços de sua riqueza em partes iguais, enquanto o indivíduo que faz o testamento pode distribuir o terço restante como bem entender. Berlusconi deu a parte de sua propriedade sobre a qual tinha controle para Pier Silvio e Marina, o que significa que eles ficaram com 60% de seus ativos, enquanto os três filhos mais novos dividiram 40%.
“Nenhum acionista exercerá o controle indireto individual global da Fininvest SpA, anteriormente exercido por seu pai”, disse uma declaração feita pelos cinco filhos.
Berlusconi tomou sua decisão de herança na Fininvest em 2006. Ele assinou seu legado com as palavras manuscritas: “Obrigado, muito amor a todos vocês, seu pai.”
As ações B da MFE na bolsa de valores de Milão caíram depois que o testamento veio a público, e depois subiram com a especulação de que a família poderia vender sua participação. Porém, o CEO da MFE, Pier Silvio, disse nesta semana nunca discutiu uma venda.
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Além disso, Berlusconi deixou 100 milhões de euros, cerca de R$ 527 milhões, para a política italiana Marta Fascina, que era sua companheira na época da morte, e também para seu irmão mais novo, Paolo.
Marcello Dell’Utri, um amigo de faculdade de Berlusconi e parceiro de negócios de longa data, recebeu 30 milhões de euros, ou R$ 160 milhões. Ele já foi condenado por conluio com a máfia em 2014.
Fascina é a presidente do Força Itália, o partido de direita fundado por Berlusconi em 1994. Ela conheceu o ex-premiê quando trabalhou como assessora de imprensa do AC Milan, clube do qual ele era dono até 2017, e estava com ele desde 2020, quando o bilionário se separou de Francesca Pascale, com quem passou 12 anos.
Em março do ano passado, Berlusconi batizou de “festival do amor” o casamento simbólico que realizou com Fascina, que não ficou totalmente satisfeita pelo fato da cerimônia não ser um oficial. Apesar de ganhar uma parte importante da herança de Berlusconi, os espólios de Fascina representam uma faixa modesta da grande fortuna do bilionário.
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A Forbes estimou que os ativos gerais da família Berlusconi, que incluem propriedades de luxo em Milão, Roma e Sardenha, valem cerca de US$ 6,8 bilhões (R$ 33 bilhões). O resultado líquido da Fininvest caiu 44% para 200 milhões de euros (pouco mais de R$ 1 bilhão) no ano passado, enquanto o seu volume de negócios se manteve estável a 3,8 milhões de euros (R$ 20 milhões).