Texas instala barreiras aquáticas para conter fluxo de imigrantes
Estrutura deve cobrir 305 metros do Rio Grande, por onde solicitantes de asilo acessam os Estados Unidos através do México
Autoridades do Texas começaram a instalar uma barreira flutuante ao longo das margens do Rio Grande nesta semana, com o objetivo de impedir a entrada de imigrantes vindos do México nos Estados Unidos.
A barreira, feita de grandes boias laranja conectadas com correias e ancoradas no fundo do rio, deve se estender por 305 metros. Autoridades da cidade de Eagle Pass, onde se concentra o projeto e que registrou 270 mil detenções de imigrantes ilegais neste ano, defendem sua necessidade para proteger a fronteira sul do país.
“Sempre procuramos empregar quaisquer estratégias que sejam eficazes para proteger a fronteira”, disse o governador do Texas, Greg Abbott.
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No Twitter, o porta-voz do Departamento de Segurança Pública do Texas, Chris Olivarez, disse que a instalação começou em 10 de julho e pode levar até duas semanas para ser completada.
O projeto já é objeto de ação judicial de uma empresa local de caiaques, que argumenta que as boias prejudicarão seus negócios e destruirão os ecossistemas locais. Enquanto isso, defensores dos imigrantes dizem que elas podem ser tanto ineficazes na contenção do fluxo migratório quanto potencialmente perigosas.
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Especialistas avaliam que a ação é teatral – apenas uma boa foto para pintar Abbott como alguém que luta contra a chegada ilegal de imigrantes. Defensores ambientais também alertaram que as barreiras podem alterar o fluxo do Rio Grande, tornando-o potencialmente mais perigoso para travessia. Além disso, o bloqueio pode levar pessoas a partes ainda mais inóspitas do rio.
Em um tuíte, Abbott respondeu às críticas dizendo que “o Texas tem o direito constitucional de proteger nossa fronteira”. “Nos veremos no tribunal”, provocou.