A primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, escreveu ao presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, para solicitar uma prorrogação do Brexit até o dia 30 de junho.
Na carta, divulgada nesta sexta-feira, 5, a premiê pede uma extensão do prazo de validade do Artigo 50 do Tratado de Lisboa – que estabelece um período de negociação de dois anos sobre a retirada de um país comunitário – de 12 de abril a 30 de junho.
Antes da divulgação do apelo da premiê, a agência britânica BBC havia informado hoje que Tusk seria a favor de conceder ao Reino Unido uma prorrogação flexível do Brexit de até doze meses.
May indica que o Reino Unido estaria preparado para apresentar candidatos para estas eleições europeias caso o país não consiga chegar a um pacto para superar o processo parlamentar em Londres.
“O Reino Unido aceita o ponto de vista do Conselho Europeu que se ainda for um Estado-membro da União Europeia no dia 23 de maio de 2019, estará legalmente obrigado a tomar parte nas eleições”, escreve a política. “É por isso que o governo está fazendo preparativos legais e responsáveis para essa eventualidade”, acrescenta.
Na sua carta, a primeira-ministra explica a Tusk seus contatos com a oposição trabalhista para tentar chegar a um acordo de saída que tenha o consenso e que, se essas negociações forem bem-sucedidas, qualquer pacto necessitará de “tempo” para que possa tramitar no Parlamento de Westmister (Londres).
Theresa May insiste que seu governo segue “determinado” a cumprir com o processo de retirada, depois que os britânicos votaram em um referendo em 2016 em favor do Brexit. Ao mesmo tempo, porém, a líder manifesta sua frustração por esse processo ainda não ter sido concluído, já que o Reino Unido tinha como data original de saída o último dia 29.
“É frustrante que ainda não tenhamos levado este processo a uma conclusão bem-sucedida e ordenada. O governo do Reino Unido continua bem empenhado em fazê-lo e seguirá atuando como um Estado-membro da União Europeia responsável”, expõe May.
O pedido da primeira-ministra terá que ser avaliado e aprovado por unanimidade pelos 27 membros do Parlamento Europeu, durante a cúpula da próxima quarta-feira, dia 10. O plano permitiria que o Reino Unido deixasse a UE antes do final desse período se o Parlamento britânico conseguisse ratificar um acordo para sair do bloco, embora essa proposta deva ser aceita por unanimidade pelos outros 27.
Os britânicos têm atualmente até o próximo dia 12 para apresentar um novo roteiro do Brexit, após o pacto negociado entre Londres e Bruxelas ter sido rejeitado três vezes pelo Parlamento, ou sair sem acordo. As conversas “técnicas” entre representantes do Governo e do Trabalho serão retomadas nesta sexta-feira.
(Com EFE)