Um tiroteio em uma vila na região norte do Kosovo, na península balcânica, deixou um policial morto e outro ferido na manhã deste domingo, 24, no que autoridades locais classificam como “ato terrorista”.
Segundo o primeiro-ministro Albin Kurti, um grupo de cerca de 30 homens “profissionais”, “fortemente armados” e com “experiência militar” abriram fogo contra policiais e, na sequência, invadiram um monastério ortodoxo. Kurti e o ministro do Interior, Xhelal Svecla, atribuíram os ataques a “criminosos financiados pela Sérvia”.
A Diocese da Igreja Sérvia Ortodoxa de Raska-Prizren afirmou que homens mascarados invadiram o monastério em um tanque blindado. Padres e fiéis se trancaram no local, enquanto ouviam tiros e movimentações dos homens do lado de fora. Não há informações sobre a ocorrência de feridos no perímetro do templo. Segundo o primeiro-ministro kosovar, os criminosos foram cercados e rendidos pela polícia local.
As tensões têm aumentado em Kosovo — antiga província sérvia cuja independência foi declarada em 2008 –, desde protestos em maio deste ano, quando mais de 90 membros das forças de paz da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) e cerca de 50 manifestantes sérvios ficaram feridos na região norte do país.
Hoje, mais de 90% da população do Kosovo é formada por habitantes de etnia albanesa, enquanto sérvios são a maioria apenas na região norte — esta fatia da população tenta criar uma “associação de municípios” formada por maioria sérvia para atuar com autonomia do governo kosovar.
Negociações medidas pela União Europeia sobre a pacificação entre os dois países foram interrompidas na última semana, após o grupo sérvio culpar o primeiro-ministro kosovar pelo fracasso na criação da associação sérvia. O conflito recorrente entre as regiões desde a independência de Kosovo, em 2008, inclusive, tem impeddo os dois países de uma filiação ao bloco europeu.