Um tiroteio registrado no domingo à noite no bairro grego de Toronto deixou duas pessoas mortas e 12 feridos, segundo informações do chefe de Polícia da maior cidade canadense, Mark Saunders. O atirador foi encontrado morto após trocar disparos com os policiais, possivelmente tendo cometido suicídio. Ainda não há pistas sobre os motivos do ataque.
Uma das duas vítimas que perdeu a vida, sem contar o atirador, é uma jovem, indicou o policial na entrevista coletiva. Segundo testemunhas ouvidas pela imprensa local, ela saiu correndo ao perceber o tiroteio, mas foi abatida pelo autor dos disparos, que continuou a atirar contra ela mesmo quando seu corpo já estava caído no chão.
Saunders indicou também que outra menina, de oito ou nove anos, permanece em “estado crítico”.
A Polícia de Toronto informou que atendeu a uma chamada por volta das 22h locais (23h em Brasília) no distrito de Greektown. Segundo uma fonte policial, o suspeito abriu fogo contra a Polícia antes de se suicidar.
Testemunhas disseram às redes de televisão locais que ouviram cerca de 20 disparos e o som de uma arma sendo recarregada várias vezes.
“Houve muitos disparos, depois uma pausa, depois mais tiros e, de novo, uma pausa. Devem ter havido uns 20, ou 30, disparos, e nos pusemos a correr”, declarou uma testemunha, John Tulloch, citado pelo Globe and Mail, um dos principais jornais do Canadá.
Um vídeo publicado na Internet, que depois foi retirado do ar, mostrava um homem vestido de preto aproximando-se de um restaurante e atirando contra o vidro. Outra testemunha, Andreas Mantzios, disse que o agressor descarregou sua arma sobre uma jovem que fugia e, depois, continuou atirando em seu corpo estirado no chão.
‘Tragédia’ com as armas
O primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, expressou nesta manhã seus sentimentos às vítimas e suas famílias por meio de uma publicação no Twitter. “Meus pensamentos estão com todos os afetados pela terrível tragédia no Danforth ontem à noite em Toronto e que os feridos possam se recuperar totalmente. O povo de Toronto é forte, resiliente e corajoso – e nós estaremos lá para apoiá-lo neste momento difícil”, escreveu.
O prefeito de Toronto, John Tory, advertiu que o tiroteio deste domingo é “prova de um problema com as armas” nesta cidade. “As armas estão facilmente disponíveis para muitas pessoas”, disse Tory em uma entrevista coletiva duas horas depois do tiroteio.
O primeiro-ministro da província de Ontário, Doug Ford, escreveu um tuíte em solidariedade às vítimas: “Meu coração está com as vítimas e os familiares desse terrível ato de violência armada em Toronto. Obrigado a todos que responderam com rapidez e ajudaram todos os afetados”.
Toronto é a maior cidade do Canadá, e seus habitantes estão preocupados com o alto número de tiroteios registrados este ano. Cerca de 20 deles tiveram vítimas fatais.
Historicamente, o Canadá tem baixos níveis de violência armada, sobretudo, se comparado com os índices registrados nos Estados Unidos, seu vizinho do sul.
Em abril, um homem que, aparentemente, tinha problemas com as mulheres, atropelou várias pessoas com sua caminhonete, deixando dez mortos e 15 feridos – um dos piores ataques registrados no país.
Na semana passada, a Polícia de Toronto começou a implementar um plano para reduzir a violência com armas. Essa medida inclui um reforço de 200 agentes no turno das 19h a 3h em alguns dos bairros com maior número de tiroteios.