Tratativa para libertar reféns do Hamas está evoluindo, diz líder do Catar
Doha alerta que invasão terrestre israelense em Gaza vai dificultar recuperação das mais de 200 pessoas em cativeiro
O primeiro-ministro do Catar afirmou nesta quarta-feira, 25, que suas negociações com o Hamas para garantir a libertação dos reféns detidos em Gaza estão “progredindo”, e se disse está esperançoso de que haverá um avanço “em breve”. Doha pediu uma desaceleração da escalada do conflito e alertou sobre os riscos de um ataque terrestre de Israel frearem as tratativas sobre os mais de 200 cativos.
“Há algum progresso e algum avanço [nas negociações], e continuamos esperançosos”, disse Mohammed Bin Abdulrahman al-Thani. “Se eles conseguirem se dar bem entre as duas partes, acho que veremos alguns avanços, esperançosamente, em breve.”
Majed Al Ansari, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, acrescentou que uma invasão terrestre israelense em Gaza complicaria os esforços para libertar os reféns. Segundo ele, o ataque poderia tornar a vida das pessoas em cativeiro “muito mais difícil”.
+ Sem combustível, ONU diz que operações em Gaza podem acabar nesta quarta
“Obviamente, uma incursão terrestre em Gaza tornaria difícil manter a segurança dos reféns e, nos nossos esforços de mediação com ambos os lados, instamos todas as partes neste conflito a acalmarem imediatamente a escalada”, disse Al Ansari.
Ao lado de autoridades em Doha, o ministro das Relações Exteriores da Turquia, Hakan Fidan, disse que uma operação terrestre israelense em Gaza transformaria os combates em um “massacre”. Fidan declarou ainda que os que apoiam as ações de Israel sob o pretexto de solidariedade são “cúmplices dos seus crimes”.
+ Antissemitismo cresceu 400% nos EUA com guerra Israel-Hamas, diz relatório
Segundo autoridades israelenses, há 222 reféns, com idades entre 9 meses e 85 anos, nas mãos do Hamas. Eles foram capturados em 7 de outubro, quando o grupo terrorista palestino invadiu o sul de Israel com uma onda de 1.400 assassinatos. Em resposta, Tel Aviv iniciou uma campanha de bombardeios e um cerco total contra Gaza.
O Ministério da Saúde palestino, controlado pelo Hamas. disse que pelo menos 6.546 palestinos foram mortos por bombardeios israelenses, incluindo 2.704 crianças. Cerca de 756 pessoas foram mortas apenas nas últimas 24 horas. As informações, porém, não puderam ser verificadas por órgãos independentes.