O processo de impeachment do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, chegou a um momento-chave neste sábado, 25: sua defesa iniciou as argumentações no Senado americano.
Os advogados do presidente alegam que as iniciativas para que o presidente perca o cargo podem estabelecer um precedente “muito, muito perigoso” em um ano de eleição. Pat Cipollone, conselheiro da Casa Branca que lidera a equipe de defesa, argumentou junto aos senadores que eles estariam negando aos eleitores o direito de dar sua opinião sobre Trump se o declararem culpado e o destituírem do cargo. “Estão pedindo que vocês façam algo com muitas, muitas consequências e, como eu apresento a vocês (…) muito, muito perigoso”, ressaltou Cipollone.
Na última quinta-feira, os democratas haviam aumentado a pressão no julgamento de Trump utilizando palavras de seus próprios aliados contra ele para reforçar o argumento de que suas ações representam irregularidades dignas de um impeachment, mas seus correligionários republicanos não deram sinais de que podem se voltar contra o presidente.
Os deputados democratas, que servem como procuradores no julgamento no Senado, já apresentaram as argumentações usadas para a abertura do processo, fazendo um apelo aos senadores para a condenação do presidente em duas acusações principais: abuso de poder e obstrução do Congresso.
A constituição dos Estados Unidos estabelece que um processo de impeachment pode ser aberto para remover um mandatário que cometa “crimes e contravenções graves”. A equipe de defesa de Trump argumenta que as acusações feitas antes na Câmara são inválidas, pois precisariam representar uma violação específica da lei criminal.
Os democratas defenderam durante esta semana que Trump deveria ser afastado do cargo por pressionar a Ucrânia a investigar irregularidades cometidas pelo vice-presidente Joe Biden, um dos principais pré-candidatos à presidência americana, e depois de tentar encobrir o feito, impedindo uma investigação no Congresso. “Vocês irão descobrir que o presidente não fez absolutamente nada de errado”, enfatizou Cipollone.
A Câmara dos Deputados americana, liderada pelos democratas, aprovou o impeachment de Trump há um mês. A expectativa é que Trump seja absolvido no Senado, onde uma maioria de dois terços dos votos é necessária para a condenação e remoção de um presidente do cargo. Pelo que se sabe até então, nenhum senador republicano afirmou ser favorável à sua saída.