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Trump assinará ordem para encerrar sanções contra a Síria, anuncia Casa Branca

No final do ano passado, rebeldes derrubaram o ditador Bashar al-Assad e assumiram o governo após anos de guerra civil

Por Paula Freitas Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO , Amanda Péchy Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 30 jun 2025, 15h43

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinará nesta segunda-feira, 30, uma ordem executiva que encerrará as sanções dos EUA contra a Síria. O anúncio foi realizado pela secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, a repórteres. No final do ano passado, rebeldes derrubaram o ditador Bashar al-Assad – que fugiu para a Rússia – e assumiram o governo após anos de guerra civil.

O anúncio acontece poucas semanas após Trump ter afirmado a um auditório lotado em Riad, na Arábia Saudita, que havia ordenado o fim das sanções para dar à Síria “uma chance de grandeza”. Enquanto fazia um giro de quatro dias pelo Oriente Médio, o republicano desejou “boa sorte” ao novo governo sírio e recomendou que se mirasse na Arábia Saudita como exemplo.

“Na Síria, que viu tanta miséria e morte, há um novo governo que, com sorte, conseguirá estabilizar o país e manter a paz. É isso que queremos ver”, continuou. “Eles tiveram sua cota de farsa, guerra e matança por muitos anos. É por isso que meu governo já deu os primeiros passos para restaurar as relações normais entre os Estados Unidos e a Síria pela primeira vez em mais de uma década.”

+ Trump anuncia fim das sanções dos EUA contra a Síria

Queda de Assad

Sem que ninguém esperasse, poucos dias antes de 2024 chegar ao fim, uma ditadura de mais de meio século desmoronou e a Síria de repente amanheceu sob um novo governo.

Em ofensiva-relâmpago de onze dias, um pouco conhecido grupo rebelde, o Hayat Tahrir al-Sham (HTS), liderado por um jihadista que se declara reformado e adepto da linha pragmática, Ahmed al-­Sharaa, desceu de seu reduto no noroeste ocupando tudo no caminho e chegou a Damasco. Vendo seu Exército depor as armas, Bashar al-­Assad, déspota cruel que herdou o poder do pai, Hafez al-­Assad, fugiu com a mulher, Asma, para a Rússia.

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Presente nas listas de terroristas procurados do Ocidente com o codinome Abu Mohammad al-Jolani, adquirido nos tempos de adesão aos extremistas da Al Qaeda e do Estado Islâmico, al-Sharaa instalou um primeiro-ministro provisório na Síria, mas é a cabeça do novo governo — tanto que desde então vem mantendo contatos com os países que pediam sua prisão, entre eles os Estados Unidos. Anunciou que quer promover a união nacional e prometeu anistia, menos aos responsáveis pelas barbaridades do regime anterior.

+ Forças da Síria conduziram ‘massacre’ contra alauitas após queda de Assad, revela investigação

‘Massacre’ contra alauitas

A notícia da Casa Branca ocorre no mesmo dia em que a agência de notícias Reuters divulgou uma investigação que revela que forças ligadas ao governo da Síria e facções criminosas conduziram “massacres” contra alauitas, uma minoria xiita, entre 7 e 9 de março. O relatório reconstituiu os ataques e identificou “uma cadeia de comando que leva dos agressores diretamente a homens que servem ao lado dos novos líderes da Síria em Damasco”.

Ao todo, quase 1.500 alauitas, grupo étnico associado a Bashar al-Assad, deposto em dezembro, foram mortos em 40 locais no período. A Reuters identificou uma série de unidades como parte da chacina. Entre elas, estavam o “Serviço Geral de Segurança do governo, seu principal órgão de aplicação da lei na época em que o HTS comandava Idlib e agora faz parte do Ministério do Interior; e ex-unidades do HTS, como a força de combate de elite Unidade 400 e a Brigada Othman”.

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Além deles, participaram “milícias sunitas que haviam acabado de se juntar às fileiras do governo, incluindo a Brigada Sultan Suleiman Shah e a divisão Hamza, ambas sancionadas pela União Europeia por seu papel nas mortes”. al-Sharaa ordenou que um comitê abrisse uma investigação sobre a escalada da violência e estabelecesse mediações de “paz civil”. Yasser Farhan, porta-voz do comitê, afirmou que o líder sírio receberá o relatório em duas semanas.

Segundo Farhan, o documento foi baseado “em depoimentos e informações coletadas de mais de 1.000 pessoas, além de briefings de autoridades e interrogatórios de detentos”. Ele, no entanto, aconselhou a Reuters a não publicar o seu próprio relatório até que o levantamento do governo fosse divulgado.

O massacre, no entanto, pode ter sido resultado de ordens desastrosas da administração al-Shaara. Em 6 de março, o governo emitiu ordens para reprimir uma tentativa de golpe dos “fuloul “, ou “remanescentes” do regime, disseram seis combatentes e comandantes e três autoridades governamentais à Reuters. A palavra “fuloul” foi interpretada como todos os alauitas, uma minoria de 2 milhões de pessoas.

A família Assad é alauita, o que levou o grupo étnico a ser alvo de perseguição com o fim da ditadura. Estima-se que centenas de milhares de sírios tenham sido mortos desde 2011 devido à guerra civil, reflexo da repressão conduzida por Assad. Os sunitas, que formavam um dos principais grupos armados contra Assad, foram “alvos desproporcionais” do regime, apontou a Reuters.

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