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Trump autoriza sanções a países que interferirem nas eleições de novembro

Decreto tem como alvo a Rússia, suspeita de ingerência na corrida presidencial de 2016; Congresso avalia medida como insuficiente

Por Da Redação
12 set 2018, 19h33

Pressionado por sua base republicana no Congresso, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, autorizou hoje (12) a adoção de sanções adicionais a países e pessoas estrangeiras que vierem a interferir nas eleições legislativas de novembro.

“Isto tem a intenção de ser um esforço muito amplo para prevenir a manipulação estrangeira no processo político”, afirmou o conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, John Bolton.

Embora não tenha sido dito claramente pela Casa Branca, o principal alvo de sanções é a Rússia, igualmente investigada nos Estados Unidos sobre sua ingerência nas eleições presidenciais de 2016, que resultaram na vitória de Trump.

O decreto presidencial prevê o início de uma profunda investigação do processo eleitoral pelas agências de inteligência americanas até 45 dias depois da eleição, em 7 de novembro. Ao final desse longo processo, se for comprovada a interferência estrangeira na infraestrutura da eleição – urnas, contagem de votos – ou nas campanhas dos candidatos, as sanções poderão ser adotadas pelo presidente.

Entre elas estão o bloqueio de propriedades, contas bancárias, ações nos Estados Unidos pertencentes aos responsáveis pelos delitos.

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A iniciativa da Casa Branca foi considerada tímida pelos congressistas, segundo o jornal Washington Post. Os legisladores esperavam extrair ameaças mais duras de Trump aos que ameaçam a lisura do processo eleitoral, em troca de não aprovarem iniciativa própria no Congresso.

Os senadores Chris Van Hollen, democrata, e Marco Rubio, republicano, assinaram uma declaração conjunta na qual qualificam o decreto presidencial como insuficiente. “O anúncio de hoje do governo reconhece a ameaça, mas não é suficiente para lidar com a questão. Os Estados Unidos podem e devem fazer mais”, afirmaram na nota.

“Temos de ter certeza de que a Rússia de Vladimir Putin ou qualquer outro ator estrangeiro entenda que vamos responder decisivamente e impor punições contra quem interferir na nossa democracia.”

Para os senadores, o decreto deixa integralmente nas mãos do presidente a decisão de aplicar ou não as sanções. Os legisladores temem que, mesmo com ampla comprovação de interferência da Rússia, em especial, Trump descarte a aplicação das punições previstas.

A relação entre Trump e Putin, que se encontraram no último dia 16 de julho em Helsinke, ainda causa estranheza aos congressistas americanos – até mesmo entre os republicanos. Em especial, por causa das investigações federais em curso sobre a interferência russa na eleição de 2016.

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Em Helsinque,  questionado sobre se acreditaria nas investigações das agências de inteligência americanas ou na palavra de Putin, que alegara não ter havido ingerência de seu país, Trump ficou com o russo. Disse não ter razões para duvidar do que Putin havia dito.

Essa resposta ainda está engasgada na garganta de vários congressistas. As investigações avançam e, a cada passo, implicam ainda mais os russos e os chefes da campanha eleitoral de Trump e o próprio presidente americano.

Ao apresentar o decreto presidencial à imprensa, Bolton defendeu que a edição do texto não foi motivada por esses fatos. Ele argumentou que os Estados Unidos já sancionam instituições e cidadãos russos e que o presidente repetidamente se diz comprometido a combater a ingerência estrangeira nas eleições. “Acho que suas ações falam por si mesmas.”

 

 

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