O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a ser objeto de críticas após imagens suas batendo continência para um general da Coreia do Norte circularem pelas redes sociais. O episódio aconteceu durante seu encontro com o líder norte-coreano Kim Jong-un, na última terça-feira (12), em Singapura.
A emissora de televisão estatal norte-coreana divulgou as imagens da reunião entre os líderes apenas nesta quinta-feira (14). Nelas é possível ver Kim apresentando Trump ao general. O primeiro estende a mão para que se cumprimentem, mas o general não faz o mesmo e, ao invés, bate continência a Trump. Nesse momento constrangedor, Trump retorna brevemente a saudação militar.
Este episódio provocou objeções dos críticos de Trump, que já haviam alegado anteriormente que o presidente se mostrou muito complacente em relação a Kim e a seu regime autocrático. O governo norte-coreano é acusado de violações graves aos direitos humanos.
“Para surpresa de ninguém, a Coreia do Norte usou nosso presidente para fazer propaganda”, disse o senador democrata Chris Van Hollen, no Twitter. “Kim Jong-un obteve concessões imediatas sem assumir nenhum compromisso específico. É repugnante ver Trump dar as costas aos nossos aliados canadenses e depois elogiar Kim e saudar seus generais”, acrescentou.
To no one’s surprise, North Korea used our President for their propaganda campaign. Kim Jong Un is pocketing immediate concessions and not making any concrete commitments. Nauseating to see Trump stiff our allies in Canada and then praise Kim while saluting his generals. https://t.co/IOrIMO3yxs
— Senator Chris Van Hollen (@ChrisVanHollen) June 14, 2018
A porta-voz da Casa Branca, Sarah Sanders, afirmou que Trump só foi educado: “É uma cortesia elementar. Quando um oficial militar de outro país bate continência… a pessoa retorna a saudação”, disse em entrevista ao canal de TV americano CNN.
O ex-presidente Barack Obama desatou críticas implacáveis dos republicanos quando se curvou diante do imperador japonês Akihito e do rei saudita Abdullah enquanto ainda estava no poder, em 2009.
A mídia conservadora também o atacou quando ele bateu continência, em 2014, com uma xícara de café na mão.
(Com AFP)