Trump cancela viagem de delegação da Casa Branca a Davos
Presidente cancelou presença americana em Fórum Econômico "por consideração" a trabalhadores não remunerados em paralisação do governo
A Casa Branca cancelou a viagem da delegação americana para Davos, na Suíça, onde representantes de vários países se reunirão para o Fórum Econômico Mundial (WEF), na semana que vem. Em nota divulgada na quinta-feira 17, a Secretária de Imprensa Sarah Sanders disse que a decisão do presidente Donald Trump foi motivada pela paralisação parcial do governo, que está em seu 27° dia.
“Por consideração aos 800.000 trabalhadores americanos que estão sem receber salário, e para assegurar que seu time possa assisti-los no que for necessário, o presidente Trump cancelou a viagem de sua delegação para o Fórum Econômico de Davos”, declarou Sanders.
O anúncio veio horas depois do presidente cancelar a viagem da presidente da Câmara Nancy Pelosi, em um avião militar, para visitar a Bélgica e o Afeganistão com uma delegação de congressistas, atribuindo a decisão também ao “shutdown”.
Trump já havia cancelado sua própria viagem a Davos. Sem ele, o secretário do Tesouro, Steve Mnuchin, deveria chefiar a delegação de cinco pessoas, que incluía o secretário de Estado, Mike Pompeo, o secretário de Comércio, Wilbur Ross, o representante comercial dos Estados Unidos Robert Lighthizer e o assessor de Trump Chris Liddell.
No início de janeiro, o presidente americano esclarecgeu suas motivações em sua conta do Twitter: “por causa da intransigência dos democratas sobre a segurança de fronteira e a grande importância da segurança de nossa nação, estou respeitosamente cancelando minha viagem muito importante para Davos, na Suíça, para o Fórum Econômico Mundial.”
O Fórum Econômico Mundial ocorre entre 22 e 26 de janeiro e, neste ano, terá como tema principal a globalização na era da quarta revolução industrial, caracterizada por fenômenos como a inteligência artificial, a nanotecnologia e a aceleração da indústria robótica.
O presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, comparecerá ao evento em sua primeira viagem internacional desde que tomou posse. A chanceler federal alemã, Angela Merkel, e os primeiros-ministros da Itália, Giuseppe Conte, e da Espanha, Pedro Sánchez, também têm presença confirmada.
Theresa May, primeira-ministra da Inglaterra, se junta a Trump no grupo de protagonistas que estarão ausentes. A líder britânica permanecerá em Londres na próxima semana para focar na questão do Brexit, segundo um porta-voz de seu gabinete informou à CNN na quinta-feira 17. A expectativa é de que ela tenha reuniões telefônicas com governos da União Europeia nos próximos dias.
A decisão acompanha uma semana turbulenta para May. Seu acordo para o Brexit foi rejeitado pelo Parlamento na terça-feira 15. No dia seguinte, o governo foi alvo de um “voto de confiança” para manter seu mandato, do qual saiu vitoriosa com uma margem apertada.
Governo paralisado
O impasse que causa a paralisação parcial do governo envolve a discordância entre o presidente Donald Trump e o Congresso sobre a segurança da fronteira com o México. Para serem aprovados, os gastos públicos têm de passar por dois terços da Câmara, depois alcançando o Senado, de maioria republicana. A exigência de 5 bilhões de dólares para a construção do muro foi vetada pela bancada democrata e culminou no governo fechado.
Órgãos federais considerados dispensáveis pararam de funcionar, enquanto os essenciais permanecem abertos sem remuneração para seus funcionários, com o pagamento congelado até o reestabelecimento do governo. A estimativa é de que mais de 800.000 pessoas estejam sem salário, incluindo mais de 41.000 envolvidos em serviços de segurança.
(com Reuters)