Trump comemora resultado de investigação de Mueller com republicanos
Presidente dos EUA afirmou esperar que a conclusão dos trabalhos signifique 'um novo começo'
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que a investigação do conselheiro especial Robert Mueller sobre a interferência russa na eleição presidencial americana de 2016 deu a ele “ainda mais saúde” e afirmou esperar que a conclusão da investigação signifique “um novo começo”. A fala de Trump se deu de acordo com senadores que se reuniram com o presidente na reunião semanal do Partido Republicano no Capitólio. Vários congressistas disseram que Trump também falou sobre comércio, China e políticas de saúde no encontro fechado à imprensa.
O líder republicano no Senado americano, Mitch McConnell (Kentucky), comentou que Trump está “muito bem disposto por todas as razões óbvias”.
Trump levou a vitória em relação à investigação de Mueller depois que o conselheiro especial não encontrou conspiração entre a campanha do presidente e o governo russo na eleição de 2016. Mueller, contudo, se recusou a fazer uma conclusão sobre se Trump havia obstruído a justiça, ao dizer que havia evidências em ambos os lados da questão.
“A investigação do procurador especial não detectou que a campanha de Trump ou alguma das pessoas relacionadas a ela conspirou ou coordenou com a Rússia esforços para influenciar nas eleições presidenciais dos EUA de 2016”, escreveu o procurador-geral americano, William Barr, em carta enviada no último domingo, 24, à Câmara dos Representantes e ao Senado.
De acordo com Barr, Mueller indicou que “embora este relatório conclua que o presidente (Trump) não cometeu um crime, tampouco o inocenta”. Dessa forma, o documento divulgado neste domingo deixa “sem definir se as ações e a intenção do presidente podem ser vistas como uma obstrução” à Justiça.
Barr argumentou que ele e o procurador-geral adjunto, Rod Rosenstein, concluíram que o material reunido por Mueller “não é suficiente para estabelecer se o presidente cometeu obstrução da justiça”.
Como resultado da investigação de Mueller, 34 pessoas foram acusadas, incluindo seis ex-assessores de Trump (Paul Manafort, Rick Gates, George Papadopoulos, Michael Cohen, Michael Flynn e Roger Stone) e 26 russos que provavelmente não serão julgados porque os Estados Unidos não têm acordo de extradição com a Rússia.
O relatório de Mueller não inclui novas acusações e descarta a possibilidade de Trump ficar sujeito a novas acusações sobre o tema quando deixar a Presidência. É possível, contudo, que o conteúdo do documento derive em acusações apresentadas pelas procuradorias de outros estados.
Resposta da Rússia
Em resposta ao relatório, o governo russo negou qualquer ingerência na eleição presidencial dos Estados Unidos em 2016.
“Não vimos o relatório de Mueller e portanto não podemos comentar”, afirmou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov. “Mas nossa posição de princípio (…) é conhecida: nosso país nunca interferiu nos assuntos internos de outros países, incluindo dos Estados Unidos”, completou, dizendo que as acusações americanos são sem fundamento.
“Os resultados da investigação Mueller são uma vergonha para os Estados Unidos e sua elite política”, declarou o senador russo Alexei Pushkov. “Confirmam que todas as acusações foram inventadas”, acrescentou.
(Com EFE e AFP)