O presidente Donald Trump anunciou nesta segunda-feira, 18, que considera testemunhar ao Congresso dos Estados Unidos durante as investigações do processo de impeachment contra ele, conforme solicitado pela presidente da Câmara dos Deputados, a democrata Nancy Pelosi.
“A louca presidente da Câmara dos Deputados, Nancy Pelosi, sugeriu que eu testemunhasse sobre a farsa da caça às bruxas do impeachment. Ela ainda disse que eu poderia fazê-lo por escrito “, tuitou Trump, em resposta a uma entrevista de Pelosi transmitida no dia anterior.
“Eu gosto da ideia e, para que o Congresso possa se concentrar novamente (em seu papel legislativo), considerarei seriamente testemunhar”, completou. Ainda não está claro que tipo de depoimento o presidente tem em mente.
Trump sob juramento
A Câmara investiga a suspeita de que Trump pressionou a Ucrânia para coletar informações comprometedoras sobre o ex-vice-presidente dos Estados Unidos e pré-candidato Joe Biden, um dos seus principais rivais na corrida para a Casa Branca em 2020.
A equipe de defesa do presidente deve ser bastante resistente à ideia de vê-lo comparecer diante do Comitê de Inteligência da Câmara, assim como esteve quando Trump fora convidado a responder a perguntas do ex-procurador especial Robert Mueller sobre a interferência da Rússia nas eleições de 2016.
No Russiagate, o presidente respondeu a perguntas de Mueller por escrito. Segundo o jornal The New York Times, os advogados de Trump supostamente temiam que ele mentisse em suas respostas e fosse “acusado de mentir aos investigadores” tendo em vista seu “histórico de afirmar constatações falsas e se contradizer”.
O professor de direito do Amherst College, Austin Sarat, afirmou em um artigo publicado no jornal The Guardian em 2017 — ainda sobre o Russiagate — que qualquer mentira dita pela presidente sob juramento se enquadraria como crime de perjúrio.
O escândalo político da interferência russa nas eleições americanas se encerrou após o relatório final de Mueller concluir que agentes russos tentaram influenciar a eleição presidencial americana de 2016, mas que não havia descoberto provas de conluio por parte de Trump e que, independentemente disso, não era competência do procurador julgá-lo.
(Com AFP)