Trump considera recolocar os EUA no Acordo Climático de Paris
Segundo o presidente, isso só acontecerá quando cláusulas econômicas consideradas justas para seu país forem adotadas
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse na quarta-feira (10) que considera a possibilidade de recolocar o país no Acordo do Clima de Paris. Porém, segundo o republicano, isso só acontecerá após a negociação de condições que não prejudiquem a economia americana.
“Como de costume, eles (seu antecessor, o ex-presidente Barack Obama) fizeram um mau negócio”, disse Trump. “Então, nós podemos voltar atrás. Mas eu direi isso: nos preocupa muito o meio ambiente, me preocupo muito com o meio ambiente”, completou durante uma entrevista coletiva ao lado da primeira-ministra da Noruega, Erna Solberg, que fazia uma visita oficial à Casa Branca.
“Queremos água e ar limpo, mas também negócios competitivos, e o Acordo de Paris pode tirar nossa competitividade. Não vou permitir que isso ocorra”, disse o presidente americano.
Trump afirmou mais uma vez que o pacto climático trata os Estados Unidos de maneira muito injusta ao impor “grandes sanções” ao país por utilizar valiosos recursos disponíveis no território americano, como gás, carvão e petróleo. Dessa forma, segundo o presidente, a aplicação do acordo poderia provocar o fechamento de empresas.
Em junho do ano passado, Trump cumpriu uma de suas promessas de campanha ao anunciar a saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris, com o argumento de que o pacto coloca a economia e os trabalhadores americanos em “permanente desvantagem”.
O anúncio fez com que todas as medidas em andamento para que os Estados Unidos se adequassem às metas propostas pelo pacto fossem suspensas, entre elas a proposta de Obama de reduzir as emissões de gases estufa entre 26% e 28% até 2025. No entanto, antes das declarações de hoje, o governo Trump já tinha cogitado a possibilidade de recolocar o país no acordo climático no futuro ou a de negociar um pacto mais justo para os americanos.
Segundo as normas do acordo, a saída americana só será efetivada em 4 de novembro de 2020, um dia depois das próximas eleições presidenciais do país, nas quais Trump buscará a reeleição.