O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, mudou de tom na manhã desta quinta-feira, ao usar Twitter para reclamar da indicação de um promotor especial, que investigará a interferência da Rússia nas eleições de 2016. Na noite de ontem, Robert Mueller, ex-diretor do FBI, foi apontado pelo Departamento de Justiça para analisar o caso de forma independente e verificar os laços de assessores do magnata com os russos.
“Com todos os atos ilegais que aconteceram na campanha de Clinton e na administração Obama, nunca houve um consultor especial apontado”, escreveu o presidente na rede social. “Esta é a maior caça às bruxas de um político na história americana”, completou.
Trump já havia respondido à indicação na quarta-feira, através de uma nota oficial, que surpreendeu pela linha conciliatória. “Como disse várias vezes, uma investigação minuciosa vai confirmar o que já sabíamos – não houve conluio entre a minha campanha e qualquer entidade estrangeira. Anseio que esse assunto seja concluído rapidamente”, disse no comunicado de poucas palavras.
Segundo o jornal The New York Times, a equipe da Casa Branca parecia satisfeita com a reação comedida de Trump, mas o alívio acabou nas primeiras horas de hoje. A indicação de um promotor especial era um pedido antigo de democratas e foi vista pela imprensa como forma acertada de acalmar a crise da última semana. Além disso, se tratou de uma decisão do Departamento de Justiça, chefiado por Jeff Sessions – o mesmo procurador-geral que sugeriu a demissão do diretor do FBI, James Comey.
Não é a primeira vez, porém, que o chefe de Estado se refere às investigações sobre a interferência russa como uma “caça às bruxas”. Ainda ontem, disse que “nenhum político foi tratado tão injustamente” quanto ele, em discurso perante os cadetes da Academia da Guarda Costeira dos Estados Unidos.