O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, condenou nesta terça-feira o ataque químico que deixou 58 mortos na cidade de Khan Sheikhoun, em Idlib, na Síria, e atribuiu sua autoria ao regime do ditador Bashar Assad.
Segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH), ONG que monitora o conflito sírio, o ataque foi conduzido por aviões não identificados e as vítimas apresentaram sintomas de asfixia e vômito. O Centro de Informação de Idlib, que faz oposição ao regime de Assad, afirmou que o bombardeio foi feito com com projéteis que continham gás sarin. “Pouco depois do ataque, começou a se espalhar um cheiro de gás pela cidade.”
Trump disse que os “atrozes atos do regime de Bashar Assad são uma consequência da fraqueza e indecisão” demonstradas pelo governo de seu antecessor, Barack Obama, que “em 2012 disse que estabeleceria uma ‘linha vermelha'” para intervir na Síria, no caso, que fossem usadas armas químicas, “e depois não fez nada”. “O ataque químico de hoje na Síria contra gente inocente, inclusive mulheres e crianças, é reprovável e não pode ser ignorado pelo mundo civilizado”, ressaltou Trump.
Rússia e Irã
Um funcionário do Departamento de Estado, que pediu anonimato, disse a jornalistas que tudo indica que o ataque químico “foi claramente um crime de guerra”, e que os países que “respaldam Assad”, Rússia e Irã, “têm muito pelo que responder”.
O secretário de Estado dos EUA, Rex Tillerson, também reservou duras palavras para Rússia e Irã em seu comunicado de condenação do ataque. “Como fiadores autoproclamados do cessar-fogo negociado em Astana, Rússia e Irã têm uma grande responsabilidade moral por estas mortes”, destacou Tillerson.
Tillerson lembrou que o ataque representa “a terceira denúncia do uso de armas químicas no último mês”, e disse que está claro que “assim é como opera Assad: com uma barbárie brutal e flagrante”. “Aqueles que o defendem ou apoiam, incluindo Rússia e Irã, não deveriam enganar-se sobre Assad ou suas intenções. Qualquer um que use armas químicas para atacar seu próprio povo demonstra um desprezo fundamental pela decência humana e deve prestar contas”, comentou o titular das Relações Exteriores americano.
As acusações dos Estados Unidos são divulgadas depois que a Síria negou que suas forças ou as russas estejam por trás do ataque químico.
O funcionário do Departamento de Estado que falou hoje com a imprensa sob condição de anonimato tentou diminuir o tom dos recentes rumores de uma mudança de postura na exigência americana para que Assad abandone o poder para conseguir uma saída à guerra. Na semana passada, Tillerson disse que o futuro de Assad deve ser decidido pelos sírios.
(Com EFE)