O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, alertou os parlamentares republicanos da Câmara dos Representantes que vai deixar o Obamacare como está, se os deputados do partido não apoiarem sua nova lei para a saúde em uma votação nesta sexta-feira. A decisão sobre o projeto estava marcada para quinta-feira, mas foi adiada por divergências internas no partido, que não entrou em consenso sobre o texto.
O ultimato do magnata foi passado aos republicanos pelo diretor de Orçamento da Casa Branca, Mick Mulvaney, na noite de ontem, em reunião do Capitólio. Ele indicou que se o projeto não conseguir apoio suficiente e imediato no Congresso, Trump está disposto a seguir adiante com sua agenda e deixar de pé o sistema de saúde atual. “O presidente disse que quer uma votação amanhã, (é) tudo ou nada”, disse o deputado Chris Collins, de Nova York.
Hoje cedo, ainda não estava claro se Trump e os líderes republicanos que elaboraram o projeto de lei, como o presidente da Câmara, Paul Ryan, têm apoio suficiente para aprová-lo. Os conservadores acreditam que o texto não é ambicioso o bastante para pôr fim ao Obamacare e os moderados temem que o plano prejudique seu eleitorado.
Grande marco da administração Obama, a lei atual da saúde é defendida com vigor pelos democratas, por isso, a saída republicana é contar com o apoio de quase todo o seu partido. O risco da derrota implica em prejuízos importantes: seria uma humilhação na primeira tentativa do novo governo de passar uma lei de peso e ainda quebraria uma das grandes promessas da campanha.
“Há sete anos e meio estamos prometendo ao povo americano que vamos revogar e substituir essa lei fracassada porque ela está desmoronando e decepcionando as famílias e amanhã vamos prosseguir”, disse Ryan a repórteres, após reunião noturna com a liderança partidária. Questionado se pode garantir que tem os votos necessários para a aprovação, o presidente da Câmara se recusou a responder.
Os planos de vitória de Trump estavam desenhados: a votação da lei foi planejada para quinta-feira para coincidir com o aniversário da assinatura do ex-presidente Barack Obama na reforma de saúde de seu governo, o Obamacare. Depois de uma semana convocando parlamentares republicanos e chamando-os ao Salão Oval para reuniões, Trump foi incapaz de fechar um acordo com duas facções de seu partido a tempo para a votação na data simbólica.
(Com Reuters e EFE)