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Trump dobra aposta e ameaça corte total e definitivo de financiamento a Harvard

Nova estocada da Casa Branca veio após uma força-tarefa concluir que a universidade falhou em proteger estudantes judeus de antissemitismo

Por Amanda Péchy Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 30 jun 2025, 12h10

O governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, dobrou sua aposta na cruzada contra as universidades americanas ao ameaçar, nesta segunda-feira, 30, um corte total e definitivo do financiamento federal a Harvard, uma das mais prestigiadas instituições da torre de marfim que é a Ivy League. A nova estocada veio após uma força-tarefa da administração concluir, em investigação, que a faculdade falhou em proteger estudantes judeus de antissemitismo.

A força-tarefa federal enviou uma carta a Harvard nesta segunda-feira, constatando que ela violou as leis de direitos civis que exigem que as faculdades protejam os estudantes de discriminação com base em raça ou nacionalidade. O texto afirmou que a investigação descobriu que a universidade foi, em alguns momentos, “participante deliberada de assédio antissemita a estudantes, professores e funcionários judeus” e acusou os administradores de permitirem que o antissemitismo se alastrasse no campus em Cambridge, Massachusetts.

“A falha em instituir mudanças adequadas imediatamente resultará na perda de todos os recursos financeiros federais e continuará a afetar o relacionamento de Harvard com o governo federal”, disseram autoridades na carta, publicada pelo jornal The Wall Street Journal.

Harvard não se pronunciou até a publicação desta reportagem.

Batalha contra universidades

Trata-se da mais recente intensificação da batalha da Casa Branca contra Harvard, que perdeu mais de US$ 2,6 bilhões em bolsas federais de pesquisa após rejeitar uma lista de demandas do governo Trump – incluindo a exigência de mudanças abrangentes na liderança do campus, processos de contratação e admissão de alunos. Ao contrário de outras universidades, como a nova-iorquina Columbia, Harvard não acatou a pressão da Casa Branca para mudanças em normas internas e fornecimento de dados sobre estudantes matriculados.

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Há meses, o governo Trump acusa Harvard de tolerar atos antissemitas em seu campus, algo que nasceu das manifestações pró-Palestina que tomaram universidades americanas em meio à guerra Israel-Hamas. Mas uma conclusão formal finalmente abre caminho para um acordo negociado ou — caso não seja alcançado — uma tentativa de cortar o financiamento federal para a instituição.

Grande parte das evidências da investigação se concentra nos protestos contra a guerra em Gaza. A investigação afirma que o campus foi “invadido por um acampamento inadmissível de várias semanas” que deixou estudantes judeus e israelenses com medo e interrompeu seus estudos. Além disso, acusa Harvard de impor disciplina frouxa e inconsistente contra os alunos que participaram do acampamento (ilegal, aos olhos do governo Trump e de várias leis americanas), observando que nenhum foi suspenso.

+ Trump atropela a Primeira Emenda dos EUA, diz Lee Bollinger, especialista no tema

O reitor de Harvard, Alan Garber, reconheceu problemas com antissemitismo no campus, assim como preconceito contra muçulmanos, mas vem reiterando que a universidade tomou medidas para combater a discriminação. Ele anunciou novas iniciativas em abril, após a instituição divulgar relatórios internos que encontraram evidências de antissemitismo e islamofobia.

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“Harvard não pode — e não tolerará — intolerância”, escreveu Garber ao divulgar os relatórios.

A carta desta segunda-feira conclui que Harvard violou o Título VI da Lei dos Direitos Civis de 1964. Questões como essa costumam ser resolvidas por meio de acordos voluntários entre as escolas e a administração federal. No entanto, o governo Trump adotou uma postura muito mais combativa do que seus antecessores.

No início deste mês, o presidente americano proibiu a emissão de vistos a estudantes estrangeiros que deveriam começar os seus estudos nas próximas semanas na Universidade Harvard. Ele baseou a decisão nos argumentos de que taxas de criminalidade no campus aumentaram “de forma dramática” e de que “adversários e concorrentes estrangeiros aproveitam o fácil acesso ao ensino superior americano para, entre outras coisas, roubar informações técnicas e produtos”.

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A expectativa é de que a decisão seja questionada nos tribunais, visto que quase 30% dos alunos da instituição vêm do exterior e são uma importante fonte de renda. Em pronunciamento, a universidade disse que “continuará a proteger seus estudantes internacionais”.

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