O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, foi condenado nesta quinta-feira, 7, a pagar 2 milhões de dólares para um conjunto de ONGs para encerrar um processo judicial que acusa a Fundação Trump de má gestão financeira.
A promotoria investigava se o líder americano usou dinheiro arrecadado, sob o pretexto de trabalho de caridade, para obter ganhos políticos, investindo a bolada em sua própria campanha.
A juíza Saliann Scarpulla, de um tribunal em Nova York, constatou que “Trump violou seu dever fiduciário”. Segundo a emissora CNN, ela disse que o presidente “permitiu que sua campanha orquestrasse” uma arrecadação de fundos televisionada para a Fundação, e depois consentiu com a distribuição do dinheiro arrecadado “para promover a campanha política”.
A Procuradoria havia pedido à Justiça que o presidente e seus filhos, que também integram a Fundação Trump, fossem proibidos de participar do conselho de qualquer outra organização sem fins lucrativos de Nova York. A solicitação, contudo, foi negada pela juíza.
A resolução coloca o presidente na posição incomum de ter de pagar milhões em danos enquanto ainda no cargo, em um momento em que enfrenta um grande número de outras batalhas – como um inquérito de impeachment correndo na Câmara dos Deputados.
Giuliani citado em inquérito
Os democratas da Câmara convocaram diversos membros do governo Trump para depor em comitês da casa nas últimas semanas. Os legisladores investigam a pressão exercida por Trump sobre a Ucrânia para abrir uma investigação contra o ex-presidente e pré-candidato às eleições de 2020 Joe Biden.
Uma das autoridades do Departamento de Estado ouvidas no caso, George Kent, criticou durante seu depoimento o advogado pessoal do presidente Trump, Rudolph Giuliani, por se envolver em uma campanha de difamação contra a ex-embaixadora americana na Ucrânia, Marie Yovanovitch.
As transcrições de seu testemunho foram divulgadas nesta quinta-feira. O vice-secretário de Estado adjunto, responsável pela Ucrânia, disse que as “asserções e alegações de Giuliani contra a ex-embaixadora Yovanovitch eram sem base, falsas, ponto final”, segundo o jornal The Washington Post.
Marie Yovanovitch foi demitida do cargo de embaixadora por Trump. Segundo a imprensa americana, aliados do presidente reclamaram que ela estava obstruindo os esforços para persuadir Kiev a investigar Joe Biden. Em depoimento no inquérito de impeachment da Câmara, a diplomata disse que suspeita dos mesmos motivos.
Também nesta quinta-feira, Jennifer Williams, consultora especial do vice-presidente Mike Pence na Europa e na Rússia, testemunhou a portas fechadas aos democratas, após ser intimada.