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Trump é questionado por compartilhar informações falsas sobre Covid

Presidente americano encerrou precocemente encontro com a imprensa após ser pressionado sobre apoio a médica que afirmou que máscaras não são eficazes

Por Da Redação
Atualizado em 29 jul 2020, 16h13 - Publicado em 29 jul 2020, 16h00

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, encerrou precocemente um encontro com a imprensa sobre a pandemia de coronavírus na noite de terça-feira 28, após ser pressionado a respeito de seu apoio à médica Stella Immanuel. A profissional da saúde de Houston, pouco conhecida, apareceu em um vídeo, publicado no Twitter do líder americano, dizendo que médicos fazem remédios “usando DNA de alienígenas” e que estão tentando criar uma vacina para “impedir que você se torne religioso”.

Immanuel também afirmou que máscaras não são eficazes contra a Covid-19 e que já existe uma cura para a doença, mas especialistas estariam mentindo sobre isso. “Este vírus tem uma cura, é chamada hidroxicloroquina, zinco e zitromax”, disse. O medicamento contra a malária não tem eficácia comprovada no tratamento da infecção por coronavírus.

Nesta quarta-feira, Trump admitiu que não estava familiarizado com a médica, apesar de ter compartilhado o vídeo no Twitter afirmando que Immanuel era “muito impressionante”. “Ela disse que teve um tremendo sucesso com centenas de pacientes diferentes e eu pensei que a voz dela era uma voz importante”, disse Trump. “Mas não sei nada sobre ela.”

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A médica de Houston, no Texas, trabalha na clínica Rehoboth Medical Center e é fundadora da igreja Fire Power Ministries. Segundo seu perfil no Facebook, ela é de Camarões e, de acordo com o banco de dados do Texas Medical Board, se formou em medicina em uma faculdade na Nigéria em 1990.

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Em seu site e em sermões publicados em seu canal no YouTube, Immanuel afirmou, entre outras coisas, que sexo com “espíritos atormentados” é responsável por problemas ginecológicos, abortos e impotência. Ela também sugeriu que “DNA alienígena” é usado em tratamentos médicos e que cientistas planejam desenvolver uma “vacina” para impedir que a população seja religiosa.

Trump espalhou informações falsas com frequência ao longo da pandemia – desde afirmar que os Estados Unidos fizeram mais testes do que o resto do mundo inteiro até encorajar que pessoas tomassem injeções de desinfetante para se curar da Covid-19. Mas dando voz a Immanuel, o presidente deteriora ainda mais a resposta do governo ao coronavírus, segundo a emissora CNN.

O vídeo foi removido do Facebook, YouTube e Twitter após acumular milhões de visualizações e milhares de compartilhamentos.

O encontro com a imprensa nesta quarta-feira também foi significativo porque os Estados Unidos atingiram o marco de 150.000 mortos pelo coronavírus, segundo levantamento do jornal americano The New York Times. Na semana passada, houve 1.000 óbitos por dia em média, a pior taxa desde o início de junho, quando o número parecia estar em declínio.

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Agora, as mortes diárias estão aumentando em ao menos 24 estados e em Porto Rico, especialmente no sul do país, pela terceira semana seguida. Mais de 2.100 mortes foram registradas na semana passada no Texas, estado com o maior número de mortes por habitantes, seguido pelo Arizona e Carolina do Sul.

Nesta quarta-feira, a Flórida quebrou novamente seu recorde de mortes em 24 horas. Com mais 216 óbitos, elevou o total para 6.332. Enquanto isso, Nova York, antigo epicentro da pandemia no país, registra uma média de 16 mortes por dia.

Dos 20 países com mais casos, os Estados Unidos ocupam o sexto lugar em mortes per capita, com 4,5 mortes por 10.000 pessoas, ficando atrás de Reino Unido, Espanha, Itália, Peru e Chile. Contudo, um relatório da Agência Federal de Gerenciamento de Emergências (Fema) registrou que o número de novos casos semana após semana caiu recentemente pela primeira vez desde junho.

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