Mesmo com pesquisas eleitorais desanimadoras, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, prometeu um lançamento “selvagem” de campanha de reeleição na noite desta terça-feira, 18, na Flórida. Os ingressos para seu comício em um anfiteatro de Orlando, com capacidade para 20.000 pessoas, estão esgotados e muitos partidários do republicano vão assistir o evento telões instalados do lado de fora do recinto.
“Vejam o que está acontecendo em Orlando, Flórida, agora mesmo! As pessoas nunca viram nada igual (a não ser que você toque guitarra). Vai ser selvagem. Vejo vocês mais tarde!”, tuitou o presidente.
Eleitores de Trump acamparam desde a o início da manhã na frente do Amway Center, onde se dará o evento. Traziam tendas, sacos de dormir, garrafas térmicas para a longa espera até a abertura dos portões, segundo o jornal Orlando Sentinel.
Com seus dois anos e cinco meses na Casa Branca marcados por controvérsias e intrigas, o republicano aposta na expansão da economia americana e na sua promessa de lutar pela classe trabalhadora para convencer o eleitorado de que merece um segundo mandato de quatro anos. A longa investigação sobre a interferência da Rússia em sua vitória eleitoral em 2016 e sua personalidade incontrolável e imprevisível, porém, parecem ter ferido sua imagem política.
Várias pesquisas divulgadas desde a semana passada apontam Trump em desvantagem em caso de disputa com Joe Biden, o favorito para a indicação democrata, na eleição de novembro de 2020. Mas não apenas um político consolidado como Biden, ex-vice-presidente dos Estados Unidos, tem vantagem.
Outros quatro democratas estão na frente de Trump na pesquisa da Quinnipiac University: O senador de Vermont Bernie Sanders; a senadora da Califórnia Kamala Harris; a senadora de Massachusetts Elizabeth Warren; o prefeito de South Bend, Pete Buttigieg; e o senador de New Jersey Cory Booker. Dentre esses nomes vigorosos do Partido Democrata, Buttigieg, um prefeito gay de uma pequena cidade no centro do país, surgiu como uma surpresa, mas com capacidade de vencer Trump por uma estreita margem, de acordo com uma pesquisa publicada pela conservadora Fox News no último fim de semana.
As pesquisas muito distantes da data das eleições. Entretanto, Trump apressou-se a instruir seus assessores a negar os resultados e a chamar atenção para os números positivos. Ele mesmo denunciou a “falsidade” das consultas e demitiu pesquisadores que trabalharam em sua campanha.
Nesse cenário pouco favorável, Trump precisa mobilizar toda sua base de eleitores de direita. Manterá seus esforços nos redutos de americanos brancos, com um discurso contra a globalização e as elites liberais, já experimentados com sucesso em 2016.
“Vocês sempre foram leais a esta nação e agora finalmente têm um presidente que é leal a vocês”, disse em um de seus últimos vídeos de campanha.