O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta terça-feira 12 que quer a China e a Coreia do Sul envolvidas nas negociações de um acordo de paz com a Coreia de Norte, para encerrar os setenta anos de enfrentamentos e tensões na península.
“Eu gostaria que os dois (países) estivessem envolvidos”, disse Trump em entrevista coletiva ao referir-se às negociações que se seguirão depois da assinatura da declaração conjunta durante a sua histórica reunião de cúpula com o líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un. No acordo firmado hoje, os líderes dos dois países se comprometeram a construir um “regime de paz duradoura e estável na península coreana”.
Os Estados Unidos e a Coreia do Norte mantêm uma polêmica disputa desde a Guerra da Coreia (1950-1953), conflito suspenso por um armistício, mas que, a rigor, nunca foi concluído. Jamais foi assinado um tratado de paz.
Kim Jong-un já se comprometera a trabalhar para conseguir um acordo de paz definitivo no encontro com o presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, no fim de abril.
Entre os compromissos assumidos por ambos em Singapura está a completa desnuclearização da península coreana, uma medida que Trump considerou como “boa para a China”, histórica aliada de Pyongyang.
“Não posso imaginar que a China esteja contente com a presença de armas nucleares tão perto”, disse o presidente americano, que agradeceu a Pequim pela “grande ajuda” para que o encontro com Kim Jong-un ocorresse em Singapura. Além de dois encontros prévios de Kim com Xi Jinping, presidente da China, em Pequim, o governo chinês providenciou um avião comercial para o transporte do líder norte-coreano a Singapura.
Apesar de elogiar a China por aplicar as sanções estabelecidas pela ONU contra a Coreia do Norte, fato que colocou pressão maior sobre Pyongyang, Trump disse que o governo de Xi Jinping deveria ser ainda mais incisivo nos próximos meses com seu aliado.
O presidente americano disse ter ficado satisfeito com o resultado da cúpula, mas garantiu que não suspenderá as sanções contra a Coreia do Norte até que o país não tenha mais armas nucleares.