O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou atrás e afirmou nesta terça-feira 17 que respeita a conclusão das agências de inteligência do país a respeito da interferência da Rússia nas eleições de 2016. Na segunda, Trump acusou as investigações sobre o caso de “ridículas” e esquivou-se de dizer que acreditava no setor de inteligência de seu país.
A declaração do presidente, em coletiva de imprensa em Helsinque, na Finlândia, ao lado de Putin, foi rechaçada por parlamentares americanos e pela opinião pública do país. Até aliados republicanos, como o presidente da Câmara dos Representantes, Paul Ryan, criticaram Trump.
Em uma tentativa de acalmar os ânimos nos Estados Unidos, Trump recuou. Disse que se “expressou mal” e admitiu “intromissão” russa no pleito em que a democrata Hillary Clinton saiu derrotada, mas negou “conluio” – . “Eu aceito a conclusão da nossa comunidade de inteligência de que ocorreu a intromissão da Rússia na eleição de 2016”, afirmou, no primeiro compromisso ao voltar para os Estados Unidos. “Mas falo novamente… não houve nenhum conluio em torno da minha eleição.”
Trump também tentou explicar o motivo de seu encontro com Putin. Ele disse que a relação entre os dois países se tornou “substancialmente melhor” e que é melhor negociar com o russo do que hostilizá-lo. “Lidar bem com a Rússia e com a China é algo bom para nós”, disse.
O presidente americano garantiu ainda que não vai suspender sanção alguma contra a Rússia e que respeita os aliados europeus, criticados por ele durante a viagem da semana passada ao Velho Continente. “Estamos trabalhando muito arduamente com os nossos aliados e continuaremos a ter grande união com os membros da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte)”, disse.
Mais cedo nesta terça, Trump afirmou que sua cúpula com Putin foi “ainda melhor” que a reunião com os membros da Otan da qual participou na semana passada.
“Embora eu tenha tido uma ótima reunião com a Otan, arrecadando vastas quantias de dinheiro, tive uma reunião ainda melhor com Vladimir Putin, da Rússia”, tuitou Trump. “Infelizmente, não está sendo noticiado desta maneira – as fake news estão à toda!.”
Na semana passada Trump se encontrou com aliados da Otan, pressionando-os para que aumentem seus gastos com a defesa. Em outro tuíte, publicado nesta terça-feira, ele assumiu o mérito pela força da entidade, dizendo que ela está mais bem financiada “só por minha causa”.
“Tive uma ótima reunião com a Otan”, disse ele no mesmo tuíte. “A Otan estava fraca, mas agora está forte de novo (ruim para a Rússia). A mídia só diz que fui rude com os líderes, nunca menciona o dinheiro!”.
(Com Estadão Conteúdo e Reuters)