Trump reduz prazo dado a Putin para encerrar guerra na Ucrânia: ‘Decepcionado’
Declaração do presidente dos EUA ocorre em meio a uma saraivada de ataques russos ao território ucraniano

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta segunda-feira, 28, que reduzirá o prazo de 50 dias dado ao seu homólogo russo, Vladimir Putin, para encerrar a guerra na Ucrânia. Ao lado do primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, o republicano disse que estava “decepcionado” com Putin, na mais recente das sinalizações da deterioração das relações entre Moscou e Washington.
“Conversei bastante com o presidente Putin. Eu me dei muito bem com ele, mas cinco vezes, e todas as vezes, talvez quatro vezes, mas tivemos discussões, você (Starmer) e eu tivemos discussões. Achamos que tínhamos resolvido isso inúmeras vezes, e então o presidente Putin sai e começa a lançar foguetes contra alguma cidade como Kiev e mata muitas pessoas em um asilo ou algo assim”, afirmou ele.
“E eu digo que essa não é a maneira de fazer. Então, vamos ver o que acontece. Estou muito decepcionado. Estou decepcionado com o presidente Putin, muito decepcionado com ele. Então, vamos ter que analisar e vou reduzir os 50 dias que dei a ele para um número menor, porque acho que já sei a resposta, o que vai acontecer”, acrescentou Trump.
Depois, durante uma coletiva de imprensa, ele detalhou que reduzirá o prazo para “dez ou doze” dias caso não haja mais avanços.
“Vou estabelecer um novo prazo, de cerca de dez ou doze dias a partir de hoje. Não há motivo para esperar. Eram 50 dias, eu queria ser generoso, mas simplesmente não vemos nenhum progresso sendo feito”, afirmou.
A declaração do líder americano ocorre em meio a uma saraivada de ataques russos à Ucrânia. Ao todo, foram lançados 324 drones e sete mísseis contra o país ao longo da madrugada. O principal alvo, segundo a Força Aérea da Ucrânia, era Starokostyantyniv, que abriga uma importante base aérea. Em Kiev, oito moradores de um apartamento alvejado ficaram feridos. Um deles está em estado grave.
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Fim da lua de mel
Ao retornar à Casa Branca, em 20 de janeiro, Trump mudou o script da guerra na Ucrânia. Na contramão do seu antecessor, Joe Biden, ele estreitou os laços com o russo, ao passo que destinou pesadas críticas ao presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, atraindo reclamações de países europeus. Mas a lua de mel deu lugar a um relacionamento conturbado, repleto de vai e vens. O líder americano chegou a chamar Putin de “louco” e afirmou que o comportamento dele levaria à “queda da Rússia”.
Em novo ultimato há duas semanas, Trump reiterou insatisfação com a Rússia e disse que está pronto para implementar “tarifas severas” sobre Moscou caso não haja um acordo, em até 50 dias, para encerrar o conflito na Ucrânia. A fala foi feita durante encontro com o secretário-geral da Otan, Mark Rutte, na Casa Branca.
“Uma das razões pelas quais vocês estão aqui hoje é para ouvirem que eu estou muito insatisfeito com a Rússia”, afirmou Trump, sugerindo que poderia impor taxas de até 100%, embora não tenha especificado quais produtos podem ser afetados. “Estamos muito insatisfeitos com eles e vamos aplicar tarifas muito severas se não chegarmos a um acordo em 50 dias”.