Trump tenta anular processo contra sua própria fundação
Entidade funcionou como braço da campanha eleitoral do republicano em 2016, segundo procuradoria de Nova York
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, seus três filhos e a fundação que carrega seu nome pediram a anulação de uma ação judicial apresentada pela Procuradoria do Estado de Nova York. A Fundação Donald J. Trump é acusada de realizar “autocontratação” em benefício de Trump, inclusive durante a campanha eleitoral de 2016, e de cometer crimes tributários.
Em documento submetido à corte de Nova York na noite de quinta-feira (30), os réus disseram que o processo da procuradora-geral Barbara Underwood contra a fundação contém “deficiências legais e factuais fundamentais”. Também alegaram motivação política, refletindo a “antipatia” da Procuradoria por Trump.
O pedido do advogado de defesa, Alan Futerfas, se baseia no que chama de “aparência de parcialidade da Procuradoria-Geral de Nova York, no seu grande conflito de interesses e sua consequente falta de disposição para resolver esse assunto sem litígio”.
Entidade beneficente, a Fundação Donald J. Trump teria funcionado como um braço de sua campanha eleitoral, em flagrante violação às leis eleitorais americanas. Emails mostram que o ex-gerente de campanha, Corey Lawandowski, interferia nos gastos da entidade.
A principal acusação é de que a Fundação havia coletado 2,8 milhões de dólares em um evento político no estado de Iowa, em 2016, a serem supostamente destinados a entidades de veteranos de guerra. O próprio Trump compareceu ao evento.
Amy Spitalnick, porta-voz da procuradora Underwood, reagiu no Twitter: “Como nosso processo detalhou, a Fundação Trump funcionou como um cofre pessoal para servir aos interesses empresariais e políticos de Trump. Não vamos desistir de responsabilizar o presidente Trump e seus sócios por suas flagrantes violações da legislação de Nova York”.
(Com Reuters)