Trump vence de Biden em 5 estados-chave para eleição nos EUA, diz pesquisa
Novo levantamento indica vantagem do ex-presidente no Michigan, Arizona, Nevada, Geórgia e Pensilvânia, enquanto Biden perde apoio do eleitorado jovem
Um conjunto de pesquisas divulgado nesta segunda-feira, 13, revelou que o ex-presidente americano Donald Trump lidera as intenções de voto em cinco estados-chave para as eleições presidenciais dos Estados Unidos. A vantagem em relação ao atual chefe da Casa Branca, Joe Biden, aumentou à medida que cresce o descontentamento de eleitores jovens com o governo do democrata.
Levantamentos do jornal americano The New York Times, Siena College e The Philadelphia Inquirer indicam que Trump tem vantagem no Michigan, Arizona, Nevada, Geórgia e Pensilvânia, considerados “swing states” – aqueles onde o eleitorado ora pende para o lado democrata, ora para o republicano, ou seja, são decisivos para o pleito. Biden, por sua vez, domina apenas um desses estados: Wisconsin. Na última eleição, em 2020, o democrata prevaleceu nos seis locais.
É uma má notícia para o democrata, que investiu milhões de dólares em publicidade, e um alívio para o republicano, que se vê envolvido em uma série de enroscos judiciais.
As prioridades dos americanos
A potencial condenação de Trump não parece ser motivo de preocupação para os eleitores. Outras questões, como custo de vida, economia, imigração e a guerra Israel-Hamas são mais importantes – e obstáculos para a campanha de Biden. A população não parece ter confiança de que o democrata é capaz de capitanear as melhorias necessárias no país, onde quase 70% dos eleitores acreditam que os sistemas políticos e econômicos precisam ser remodelados ou completamente desmantelados.
Apenas um tema coloca Trump em maus lençóis: o aborto. Em média, 64% dos eleitores em estados-chave disseram que o procedimento deveria ser sempre, ou quase sempre, legal, incluindo 44% dos trumpistas. Por isso, os eleitores confiam mais em Biden (49%), a favor da descriminalização a nível nacional, do que no republicano (38%) para lidar com a problemática.
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Má fama entre os jovens
A descrença na administração vigente contagiou especialmente os eleitores jovens, negros e hispânicos — público historicamente favorável a candidaturas democratas. Entre aqueles de 18 a 29 anos e hispânicos, Trump e Biden estão empatados. Os levantamentos mostram, ainda, um possível resultado histórico: Trump tomou a dianteira por mais de 20% das intenções de voto entre eleitores negros, maior apoio dessa camada da população a um candidato republicano desde a promulgação da Lei dos Direitos Civis, em 1964.
A reviravolta tem mudado o mapa eleitoral e leva a previsões de vitória de Trump no Arizona, Geórgia e Nevada – estados que apoiaram Biden em peso nas últimas eleições. Ele permanece popular entre os americanos mais velhos e brancos, que são menos propensos a exigir mudanças no sistema e a apenas defender a democracia. Como consequência, o líder americano é mais competitivo nos estados indecisos do norte: Michigan, Pensilvânia e Wisconsin.
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Protestos nas universidades
Biden se viu alvo de uma imensa pressão protestos pró-Palestina espalhados pelo país nas últimas semanas, especialmente em universidades. Na batalha contra o candidato republicano, com quem está em empate técnico (Trump com 45% e Biden, 44%), perder o apoio dos jovens – em especial da Geração Z, dos nascidos entre 1997 e 2010 – pode custar a vitória nas próximas eleições, marcadas para novembro deste ano.
Em 2020, o presidente liderou com folga entre os jovens, com uma vantagem de 25 pontos percentuais em relação a Trump, de acordo com pesquisa da AP VoteCast. Agora, o jogo parece estar virando. Ainda que Biden permaneça popular entre aqueles de 18 a 29 anos, Trump vem avançando e é o candidato favorito entre 37% dos eleitores de novas gerações (23 pontos a mais do que em 2020).
Os protestos nas universidades americanas, englobando também as da Ivy League, e a insatisfação com o apoio “inabalável” de Biden a Israel são uma grande dor de cabeça para a campanha democrata. Desde o início dos protestos, centenas de estudantes foram presos pela polícia que invadiu os campi, incluindo a Universidade Columbia, Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA), Faculdade Emerson e Faculdade da Cidade de Nova York.