O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, rejeitou este fim de semana emitir um comunicado preparado pela Casa Branca que teria qualificado de “herói” o recém-falecido senador republicano John McCain, com o qual mantinha uma relação tensa, segundo informou neste domingo, 26, o jornal The Washington Post.
A porta-voz da Casa Branca, Sarah Huckabee Sanders, o chefe de gabinete, John Kelly, e outros funcionários da Ala Oeste defenderam emitir um comunicado oficial quando McCain morresse, que louvasse o serviço militar do senador e o chamasse de “herói”, por causa do seu desempenho no Vietnã, onde foi prisioneiro de guerra.
Mas Trump rejeitou a versão final desse comunicado e disse que preferia reagir no Twitter, de acordo com o jornal, que cita funcionários e ex-funcionários da Casa Branca.
O presidente escreveu finalmente um tuíte que não continha nenhum elogio à figura de McCain, e se limitava a expressar sua “mais profunda compaixão e respeito à família do senador”.
Essa decisão rompe com o protocolo habitual dos presidentes dos EUA, que costumavam emitir comunicados destacando as conquistas e proezas de personalidades destacadas depois de sua morte, e sobretudo ilustra o grau de animosidade que Trump sente ainda por McCain.
As diferenças entre ambos, companheiros de partido, eram notórias desde a campanha eleitoral de Trump em 2015, quando minimizou o fato de que McCain tivesse sido prisioneiro de guerra durante cinco anos no Vietnã, e disse que preferia “as pessoas que não foram capturadas”.
McCain, que morreu no sábado aos 81 anos no Arizona devido a um agressivo câncer cerebral, será enterrado no próximo domingo, dia 2 de setembro, na Academia Naval de Annapolis (Maryland), depois do velório no Capitólio, uma honra reservada a muito poucos.