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Trump volta a chamar julgamento de ‘injusto e enviesado’ após condenação

Ele tornou-se o primeiro ex-presidente dos EUA a ser considerado culpado de crimes após veredito em caso de pagamento de suborno à ex-atriz pornô

Por Da Redação
Atualizado em 31 Maio 2024, 13h14 - Publicado em 31 Maio 2024, 12h37

Um dia depois de um júri de Nova York ter condenado o ex-presidente americano Donald Trump por 34 acusações criminais de falsificação de registos de negócios, no caso de pagamento de suborno à ex-atriz pornô Stormy Daniels, o candidato presidencial republicano deu uma declaração nesta sexta-feira, 31, acusando “pessoas más” de serem responsáveis pelo veredito e reforçando que considerou o julgamento “injusto” e o juiz responsável pelo processo de “enviesado”. Ele prometeu recorrer da decisão do tribunal.

“No que diz respeito ao julgamento em si, foi muito injusto. Não nos foi permitido usar o nosso perito eleitoral em nenhuma circunstância”, disparou ele em coletiva de imprensa diante da Trump Tower, um de seus edifícios mais icônicos.

Em seguida, Trump passou a criticar o juiz Juan Merchan, responsável pelo caso, dizendo que “ele parece um anjo, mas na verdade é um demônio”.

“Nunca houve um juiz mais enviesado”, disse o ex-presidente dos Estados Unidos. “Agora, estou sob uma ordem de silêncio, que ninguém jamais esteve – nenhum candidato presidencial jamais esteve sob uma ordem de silêncio antes. Uma ordem de silêncio desagradável, pela qual tive que pagar milhares de dólares em multas e fui ameaçado de prisão”, acrescentou, referindo-se a uma ordem judicial que Merchan emitiu para que ele parasse de comentar o caso nas redes, prática sempre acompanhada de ataques verbais violentos contra os jurados, a promotoria e o próprio juiz.

“Viram o que aconteceu a algumas das testemunhas que estavam do nosso lado, foram literalmente crucificadas por este homem (Merchan)“, Trump completou.

Além disso, o republicano afirmou que “pessoas más” eram responsáveis ​​pela condenação, e voltou a chamar o julgamento de “muito injusto”.

“Se eles podem fazer isso comigo, podem fazer isso com qualquer um”, declarou, prometendo ainda recorrer da decisão do tribunal.

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Segundo os jurados, os promotores de Nova York conseguiram provar que Trump e sua equipe praticaram maquiagem financeira para esconder as transferências de dinheiro à ex-atriz pornô Stormy Daniels, com objetivo de evitar que viesse à tona um caso extraconjugal do passado. O veredito concluiu que ele falsificou registros de negócios para não prejudicar sua campanha durante a corrida presidencial de 2016, da qual saiu vitorioso.

Isso porque as despesas com Daniels, no valor de US$ 130 mil (cerca de R$ 460 mil na cotação da época), foram pagas primeiro por Michael Cohen, então fiel advogado e espécie de “faz-tudo” do republicano. Só depois, por meio de onze cheques que saíram tanto de contas da empresa Trump Organization quanto de contas pessoais de Trump, Cohen foi restituído – mas os gastos foram enganosamente registrados como “despesas judiciais” com o advogado.

“Perseguição política”

A fala desta sexta-feira ocorre após uma declaração que Trump fez momentos depois do veredito de quinta-feira, quando culpou o chefe da Casa Branca, Joe Biden, por sua condenação. Ele acusou o líder dos Estados Unidos nesta quarta-feira, 30, de usar do sistema judiciário praticar perseguição política e chamou o julgamento de uma “desgraça”.

“Todo o nosso país está sendo fraudado neste momento”, disse Trump a repórteres depois de deixar o Tribunal Criminal de Manhattan. “Isso foi feito pela administração Biden para ferir ou prejudicar um oponente, um oponente político”.

Além disso, o candidato republicano à presidência disse que “o verdadeiro veredicto será dado pelo povo em 5 de novembro”, referindo-se às eleições dos Estados Unidos que ele provavelmente disputará contra Biden.

E depois do advogado de Trump, Todd Blanche, ter um pedido de absolvição negado pelo juiz, o ex-presidente prometeu que vai continuar tentando provar sua inocência.

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“Continuaremos lutando, lutaremos até o fim e venceremos, porque nosso país foi para o inferno”, disse ele, acrescentando que “não temos mais o mesmo país, temos uma bagunça dividida”.

“Vamos lutar pela nossa Constituição. Isto ainda está longe de acabar”, completou.

Próximos passos

Merchan convocou para o dia 11 de julho uma nova audiência do julgamento, desta vez para definir a sentença cabível diante dos crimes cometidos.

Como Trump foi considerado culpado de 34 acusações, cada uma das quais é passível a quatro anos de prisão, na teoria, ele poderia ficar atrás das grades por até 136 anos. No entanto, ainda é incerto se ele realmente será preso. E, se for, isso não o impediria de continuar na corrida pela Casa Branca.

Inclusive, até agora, as acusações e julgamentos contra o ex-presidente só fizeram aumentar sua popularidade com o eleitorado, que muitas vezes compra a narrativa de que ele estaria sofrendo “perseguição política”. A audiência em que o juiz emitirá a sentença é bastante próxima da Convenção Nacional Republicana, que terá início no dia 15 de julho, quando Trump se tornará candidato oficial do partido – timing que pode dar novo impulso a sua campanha.

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