Trump zomba de DeSantis após problemas técnicos em lançamento de campanha
O ex-presidente e favorito para representar Partido Republicano na eleição presidencial usou bagunça de live no Twitter para criticar governador da Flórida
O ex-presidente americano Donald Trump criticou na quarta-feira 24 o governador republicano da Flórida e oficialmente novo rival republicano, Ron DeSantis, após falhas técnicas no seu aguardado anúncio de campanha para a Presidência dos Estados Unidos.
Trump chamou o anúncio de “catástrofe” e “desastre”. “Eu conheço Ron. Do jeito que você veiculou seu anúncio, você comandará o país!”, alfinetou, depois que o anúncio feito em uma live no Twitter Spaces, junto ao CEO da plataforma, Elon Musk, apresentou dificuldades técnicas.
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O ex-presidente repetidamente se gabou do “tamanho” do seu botão vermelho, símbolo do arsenal nuclear dos Estados Unidos, e elogiou o líder norte-coreano, Kim Jong-un.
“‘Rob’, meu grande botão vermelho é maior, melhor, mais forte e está funcionando (VERDADE!), o seu não! (de acordo com minha conversa com Kim Jung-un, da Coreia do Norte, que logo se tornará meu amigo!)”, escreveu em sua rede social, Truth Social.
Ele também chamou DeSantis de “Rob” ao invés de “Ron”, criticou suas roupas e fez comentários sobre os fundos de campanha do governador da Flórida.
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“O colarinho dele é muito grande!” Trump escreveu, acrescentando que “DeSanctimonious levantou muito de seu dinheiro durante sua candidatura a governador, o que em teoria não pode ser usado para sua atual ‘campanha’, e antes de seus números nas pesquisas despencarem – e uau (!) eles despencaram.”
“DeSanctimonious” é um dos apelidos do ex-presidente americano para o rival republicano, que costumava apoiá-lo. “Sanctimonious”, em inglês, significa “hipócrita”.
Trump, ironicamente, também desejou felicidades ao governador da Flórida, enquanto fazia zombarias.
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“Gostaria de parabenizar pessoalmente ‘Rob’ DeSanctimonious por finalmente anunciar que entrará na corrida para presidente dos Estados Unidos”, escreveu. “Espero que ele tenha a experiência completa de ser atacado pelos marxistas, comunistas e lunáticos da esquerda radical de nosso país, sem os quais ele nunca saberá o tipo de trabalho que está fazendo. Esses canalhas e desajustados são muito piores do que os líderes de países estrangeiros hostis. Eles devem ser totalmente derrotados para FAZER A AMÉRICA GRANDE NOVAMENTE!”
Trump, que se estabeleceu como o claro favorito para representar o Partido Republicano na corrida pela Casa Branca de 2024, passou os primeiros meses após o lançamento de sua própria campanha tentando minar o outrora ascendente DeSantis. Sua equipe há muito o considera seu adversário mais sério.
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DeSantis, durante uma série de comícios na noite de quarta-feira após o anúncio de campanha, fez apenas críticas veladas contra seu principal rival, sem mencioná-lo pelo nome. É uma estratégia que lembra 2016, quando os outros candidatos republicanos evitaram persegui-lo diretamente por medo de alienar seus apoiadores.
O turbulento início de campanha deixou claro que, pelo menos por enquanto, DeSantis pretende deixar o trabalho sujo de atacar Trump para seus aliados. Para ganhar a indicação, ele terá que atrair tanto apoiadores de Trump quanto seus críticos, e corre o risco de alienar uma grande parte do eleitorado se posicionar-se de forma veemente contra o ex-presidente.
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Trump, enquanto isso, passou meses atacando DeSantis, com apelidos e enxurradas diárias de críticas na Truth Social.
Ele condenou o governador pelas medidas para cortar a Previdência Social e o Medicare enquanto ele servia no Congresso, e alegou que o estado da Flórida estava “indo muito bem muito antes de Ron DeSanctus chegar lá”.
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Além da política, Trump acusou-o de ser “desleal”, dizendo que ele só venceu as eleições na Flórida em 2018 por conta de seu endosso pessoal. Ele “precisa desesperadamente de um transplante de personalidade e, eu sei, eles ainda não estão disponíveis clinicamente”, afirmou o ex-presidente.
Até agora, o esforço parece ter valido a pena. As pesquisas de opinião mais recentes sugerem que o apoio a Trump só cresceu desde o início deste ano, enquanto o apetite por DeSantis como alternativa diminuiu. O ex-presidente aparece com vantagem de cerca de 30 pontos percentuais sobre o adversário.