Turistas americanos em Cuba relatam sintomas de ‘ataque sônico’
Incidentes misteriosos afetaram recentemente diplomatas dos Estados Unidos provocando perda auditiva, tonturas e fadiga
O Departamento de Estado americano recebeu relatos de cidadãos dos Estados Unidos que viajaram para Cuba e dizem ter sentido sintomas semelhantes aos sofridos por diplomatas americanos em misteriosos “ataques sônicos” em Havana, disse um porta-voz do departamento à agência Reuters nesta sexta-feira. As alegações, no entanto, não puderam ser verificadas, informou.
Na semana passada, o governo americano emitiu um aviso de viagem pedindo aos americanos para ficarem longe da ilha caribenha em razão de problemas de saúde de causa inexplicável que teriam provocado perda auditiva, tonturas e fadiga em pelo menos 22 funcionários diplomáticos.
Na terça-feira, o governo de Donald Trump expulsou quinze diplomatas cubanos para protestar contra o fracasso de Cuba em proteger a equipe da embaixada dos Estados Unidos em Havana, poucos dias depois de Washington reduzir em mais da metade seu pessoal diplomático no país e suspender, por tempo indeterminado, a emissão de vistos na ilha.
“Arbitrária e injustificada”
Apesar do agravamento da crise diplomática entre os dois países, a embaixada cubana em Washington afirmou nesta sexta-feira que manterá seus serviços consulares em funcionamento, “com todos os serviços, sem interrupção”.
Em nota oficial, a embaixada classificou como “arbitrária e injustificada” a decisão do Departamento de Estado de expulsar parte de sua equipe de diplomatas. Trata-se da mais séria crise nas relações bilaterais desde que os dois países restabeleceram laços diplomáticos, em 2015, depois de meio século de ruptura e desconfiança.
Washington não acusa formalmente Cuba pelos “ataques”, mas considera que o país falha em cumprir com sua obrigação de garantir a segurança da equipe diplomática estrangeira em seu território.
Cuba nega qualquer responsabilidade nos episódios e afirma que as investigações em curso não forneceram evidências de que esses “ataques” tenham realmente ocorrido.
(com Reuters e AFP)