As autoridades da Turquia prenderam mais de 300 pessoas, acusadas de fazerem “propaganda terrorista” nas redes sociais ao criticarem a ofensiva de Ancara contra uma milícia curda no noroeste da Síria.
Desde 20 de janeiro, “311 indivíduos que fizeram propaganda terrorista nas redes sociais em relação à operação na região de Afrin foram postos sob custódia”, declarou o ministro do Interior em um comunicado.
A Turquia lançou em 20 de janeiro uma ofensiva militar contra a milícia curda das Unidades de Proteção do Povo (YPG), considerada “terrorista” por Ancara, mas aliada dos Estados Unidos na luta contra os extremistas. Segundo o Ministério do Interior, as pessoas detidas faziam propaganda favorável às YPG.
O Ministério turco do Interior não deu detalhes sobre a medida, mas as autoridades fizeram várias detenções na semana passada, em diferentes partes do país – especialmente em Istambul e no sudeste da Turquia, de maioria curda.
Desde o início dessa ofensiva batizada de “Ramo de Oliveira”, também foram detidos vários líderes locais do principal partido pró-curdo da Turquia, o HDP. Em um comunicado divulgado nesta segunda, a agremiação pediu à comunidade internacional que “aja imediatamente para pôr fim” à operação turca, classificada como “invasão”.
Um dirigente do HDP disse à AFP que prenderam 209 de seus integrantes por fazerem “propaganda terrorista” e “incitação ao ódio” desde 20 de janeiro.