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Turquia acusa Trump de fazer ‘vista grossa’ para assassinato de Khashoggi

Chefe da diplomacia turca pediu ainda que países se mobilizem por uma investigação internacional, criticando também a União Europeia

Por Da Redação
Atualizado em 30 jul 2020, 20h02 - Publicado em 23 nov 2018, 12h33

O governo da Turquia acusou o presidente Donald Trump de fazer ‘vista grossa’ em relação ao assassinato do jornalista saudita Jamal Khashoggi, no consulado da Arábia Saudita em Istambul. Chefe da diplomacia turca, Mevlüt Cavusoglu pediu nesta sexta-feira (23), que seja conduzida uma investigação internacional do crime, criticando também a resposta da União Europeia, que descreveu como ‘decorativa’.

O posicionamento acompanha novas declarações de Trump sobre o caso, em que o presidente definiu os relatórios da CIA, a Agência de Inteligência americana, como ‘impressões’, afirmando que eles não foram conclusivos ao apontar a culpa do príncipe herdeiro saudita, Mohammed bin Salman.

Ainda na quinta, quando perguntado sobre quem deveria ser culpabilizado, o líder dos Estados Unidos respondeu: “talvez o mundo deva ser culpabilizado, porque o mundo é um lugar cruel. O mundo é um lugar muito, muito cruel.”

Ele ainda pareceu sugerir que outros aliados dos EUA têm comportamentos parecidos com o dos sauditas, declarando que, se fosse guiado pelas normas exigidas do país arábe, “nós não poderíamos ter ninguém como aliado.”

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Em resposta aos comentários, Cavusoglu deu uma entrevista ao canal CNN da Turquia: “Em certo sentido Trump está dizendo ‘farei vista grossa’ ao assassinato do jornalista saudita”

Ainda na conversa, o diplomata acrescentou que os Estados Unidos não chegaram a informar a Turquia sobre a suposta existência de uma gravação em que Salman exigiria que Khashoggi fosse ‘silenciado o mais rápido possível.’

Encontro de príncipe herdeiro com Erdogan pode acontecer no G20

Jamal Khashoggi, um jornalista crítico ao regime de Riad, foi assassinado em 2 de outubro no consulado de seu país em Istambul.

Este homicídio gerou uma verdadeira comoção mundial e arranhou a imagem do reino saudita, especialmente a de seu príncipe herdeiro Mohamed bin Salman, acusado pela imprensa e por autoridades turcas anônimas de ter ordenado matar Khashoggi.

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O presidente Donald Trump disse nesta terça-feira que os Estados Unidos priorizam sua boa relação com a Arábia Saudita, embora Bin Salman possa estar ligado ao brutal assassinato de Khashoggi.

“Bem poderia ser que o príncipe herdeiro tivesse conhecimento deste trágico evento, talvez tenha, talvez não!”, afirmou Trump em um comunicado.

“Talvez nunca saibamos todos os fatos relacionados com o assassinato do senhor Jamal Khashoggi. De qualquer modo, nossa relação é com o Reino do Arábia Saudita”, país com o qual “os Estados Unidos têm intenção de continuar sendo um sócio firme”, disse Trump.

“Não é apenas o dinheiro que conta”, afirmou Cavusoglu nesta sexta, referindo-se aos argumentos de Trump sobre a compra de armas americanas pela Arábia, ou a estabilidade do preço do petróleo para justificar seu apoio a Riad. “Para nós, a Arábia Saudita é um país importante, mas estamos agora falando de um atroz assassinato premeditado”, acrescentou o ministro turco.

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Cavusoglu disse que o presidente turco, Recep Tayip Erdogan, e o príncipe herdeiro saudita poderão se reunir no G20, que irá acontecer na Argentina no próximo fim de semana, para tentar esclarecer o assunto.

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