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Turquia expande buscas para floresta e área rural em caso Khashoggi

Suspeitas são de que carros do corpo diplomático saudita tenham passado por região após deixar consulado no dia do desaparecimento do jornalista

Por Da Redação
Atualizado em 30 jul 2020, 20h06 - Publicado em 19 out 2018, 12h57

A polícia da Turquia expandiu sua área de buscas na investigação sobre o desaparecimento e suposto assassinato do jornalista saudita Jamal Khashoggi. Os oficiais agora vasculham uma floresta de Istambul e uma zona rural próxima à cidade.

Parte da operação foi realizada na floresta Belgrado, localizada a 15 quilômetros do consulado da Arábia Saudita, onde Khashoggi foi visto pela última vez em 2 de outubro. As buscas no local começaram na quinta-feira (18), segundo o jornal Cumhuriyet e o canal NTV.

Outro foco das investigações é a zona rural próximo à cidade de Yalova, a 90 quilômetros de Istambul.

Os locais se tornaram cenário das buscas depois que a polícia constatou que diversos veículos saíram do consulado no mesmo dia da visita do jornalista. Imagens de câmeras de segurança mostraram que ao menos um dos automóveis com placa diplomática entrou na floresta depois de sair do prédio em Istambul, segundo o NTV.

Além disso, a agência estatal Anadolu informou que quinze funcionários do consulado saudita – todos turcos – prestaram depoimento nesta sexta-feira, 19, ao Ministério Público da Turquia.

As autoridades turcas também fizeram uma segunda busca no consulado da Arábia Saudita na madrugada desta quinta-feira.

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Floresta de Belgrado
Floresta de Belgrado (Ozan Kose/AFP)

Gravações

Khashoggi desapareceu depois de entrar no consulado da Arábia Saudita para resolver questões burocráticas antes de seu casamento com a turca Hatice Cengiz. De acordo com a imprensa da Turquia, o jornalista foi assassinado no consulado por uma equipe enviada de Riad.

Jornais turcos divulgaram detalhes escabrosos dos últimos minutos de vida do jornalista, supostamente em uma ação de quinze agentes sauditas que o aguardavam na representação diplomática.

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A imprensa afirma que teve acesso a gravações de áudio nas quais os assassinos de Khashoggi o torturam – seus dedos foram cortados – antes da decapitação.

A existência das gravações não foi confirmada pelas autoridades da Turquia. O governo local também negou ter entregue qualquer material de áudio aos Estados Unidos, depois que o presidente Donald Trump pediu acesso às supostas gravações.

“Está fora de questão que a Turquia proporcione algum tipo de gravação de áudio a (o secretário de Estado americano Mike) Pompeo ou a qualquer outro funcionário americano”, declarou o ministro turco das Relações Exteriores, Mevlut Cavusoglu, dois dias depois de uma visita do chefe da diplomacia americana a Ancara.

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Posição americana

Diante do acúmulo de indícios, Donald Trump admitiu pela primeira vez na quinta-feira que o jornalista provavelmente está morto e alertou a Arábia Saudita para consequências “muito graves” se a responsabilidade ficar comprovada.

“Me parece que este é o caso. É muito triste”, respondeu Trump à imprensa ao ser questionado se acreditava que Khashoggi está morto.

Perguntado sobre a eventual resposta de seu governo a Riad, Trump completou: “Terá que ser muito severa. É algo ruim, muito ruim”.

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Diante da magnitude do caso Khashoggi, o secretário americano do Tesouro, Steven Mnuchin, anunciou também na quinta que não comparecerá a uma conferência econômica organizada em Riad, seguindo o exemplo de vários ministros e personalidades.

Anistia Internacional, Human Rights Watch, Repórteres Sem Fronteiras e o Comitê de Proteção dos Jornalistas pediram que o governo da Turquia solicite uma investigação da ONU sobre o caso.

Ao mesmo tempo, o governo dos Emirados Árabes Unidos, aliado próximo de Riad, alertou sobre a “politização” do caso Khashoggi e “as tentativas de desestabilização da Arábia Saudita”, em uma mensagem no Twitter de seu chanceler Anwar Gargash.

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(Com AFP e Reuters)

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