Turquia prende 1.112 pessoas suspeitas de ligação com clérigo exilado
Com mais uma onda de expurgos, presidente Recep Erdogan quer acabar com todos os suspeitos de contribuir para tentativa de golpe em 2016
O governo da Turquia expediu nesta terça-feira, 12, mandados de prisão a 1.112 pessoas suspeitas de manter vínculos com o movimento liderado pelo clérigo Fethullah Gulen. O presidente turco, Recep Erdogan, acusa Gulen de organizar uma tentativa de golpe de Estado em 2016.
Segundo o jornal The Guardian, o ministro do Interior da Turquia, Suleyman Soylu, havia antecipado a realização da “grande operação” para “acabar com todos eles” no domingo 10. O início das prisões desta terça-feira foi anunciado pela agência oficial do governo.
A frustrada tentativa de golpe de Estado ainda reverbera no governo e lhe dá argumentos para perseguições de opositores. Desde 2016, 77.000 pessoas foram presas pelo regime de Erdogan, mais 130.000 perderam seus empregos públicos por suposta tentativa de criar um “governo paralelo” sob a liderança de Gulen.
Em sua reação contra o golpe de Estado, Erdogan também nacionalizou empresas controladas por supostos aliados de Gulen. Também baixou um estado de emergência por dois anos, suspenso apenas em 2018 quando mudanças na Constituição permitiram a Erdogan sua recondução para nova mandato.
O clérigo turco vive em exílio nos Estados Unidos e nega qualquer envolvimento na tentativa de golpe. O episódio deu-se em julho de 2016, quando comandos militares atacaram o hotel onde Erdogan estava hospedado. Mais de 250 pessoas morreram.