O ministro do Interior da Turquia, Süleyman Soylu, disse nesta segunda-feira, 14, que um atentado com uma bomba durante o fim de semana na capital, Istambul, foi planejado por membros do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) e das Unidades de Defesa do Povo (YPG), grupos separatistas que reivindicam o controle de territórios no sudeste da Turquia.
+ Explosão no centro de Istambul mata seis pessoas; veja vídeo
“Nossa avaliação é que a ordem para o ataque terrorista mortal veio de Ayn al-Arab, no norte da Síria, onde o PKK/YPG tem sua sede síria”, disse ele.
O PKK negou envolvimento na explosão, dizendo em comunicado em seu site que “está fora de questão para nós atacar civis de qualquer forma”. Seis pessoas morreram e 81 ficaram feridas depois que uma bomba atingiu uma avenida movimentada de Istambul.
+ Parlamento da Turquia aprova prisão para quem espalhar fake news
+ Migrantes nus são encontrados na fronteira da Turquia com a Grécia
Embora militantes curdos e outros ligados ao Estado Islâmico (EI) tenham sido responsabilizados por ataques na Turquia outras vezes, o ataque não foi oficialmente reivindicado por nenhum grupo até agora.
O presidente turco, Recep Tayyip Erdoğan, classificou o incidente como “ataque traiçoeiro”, acrescentando: “Os responsáveis serão punidos”.
O chefe de comunicações da presidência turca, Fahrettin Altun, fez alusão ao potencial impacto nas relações da Turquia com os Estados Unidos, decorrente do descontentamento de longo prazo de Ancara com o apoio de Washington aos grupos curdos no norte da Síria.
“A comunidade internacional deve prestar atenção. Os ataques terroristas contra nossos civis são consequências diretas e indiretas do apoio de alguns países a grupos terroristas. Eles devem cessar imediatamente seu apoio direto e indireto se quiserem a amizade de Türkiye”, disse ele.
O governo acrescentou que a Turquia “não aceitará mensagens de condolências” dos Estados Unidos em relação ao ataque, deixando implícita uma espécie de responsabilidade dos americanos pelo ataque do fim de semana.
O território reivindicado pelos militantes curdos é alvo regular de operações militares turcas no norte do Iraque, enquanto Ancara também bloqueou a entrada sueca na Otan depois de acusá-lo de leniência para com o grupo.
A Turquia foi atingida por uma série de atentados entre 2015 e 2017 pelo Estado Islâmico e grupos curdos acusados de terrorismo. Eles incluíram um atentado suicida na mesma rua em 19 de março de 2016, que matou cinco pessoas e feriu 36.