O governo da Venezuela divulgou nesta quinta-feira 19 novas fotos do presidente da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, junto de supostos integrantes do grupo paramilitar colombiano Los Rastrojos, que atua na fronteira entre os dois países e é acusado de ligação com o narcotráfico.
A emissora estatal VTV mostrou imagens de Guiadó ao lado de dois homens que o teriam ajudado a atravessar a fronteira no último dia 22 de fevereiro, quando o opositor liderou uma fracassada tentativa de levar ajuda humanitária à Venezuela.
Os supostos integrantes do grupo paramilitar foram identificados como Jhonathan Orlando García, apelidado de “Patrón Pobre”, e Argenis Vaca, mais conhecido como “Vaquita”. Segundo o governo da Venezuela, os homens já cometeram homicídios, sequestros, narcotráfico e extorsão na fronteira.
O procurador-geral da Venezuela, Tareq Saab, disse que as fotos provas que Guaidó e os membros do Los Rastrojos “se admiram mutuamente” e trabalham juntos.
Saab já havia aberto um inquérito para investigar Guaidó pelos possíveis vínculos que o opositor teria dois líderes do Los Rastrojos – Albeiro Lobo Quinteiro, conhecido como “Brother”, e Jhon Jairo Durán, chamado de “Menor” pelos integrantes do grupo.
Imagens e vídeos de Guaidó ao lado de “Brother” e “Menor” foram inicialmente divulgadas pelo ativista Wilfredo Cañizares, líder da Fundação Progresso do Norte de Santander, uma ONG colombiana de direitos humanos. Depois, o conteúdo foi exibido no programa do presidente da Assembleia Nacional Constituinte, Diosdado Cabello, na VTV.
Guaidó disse, então, que não conhecia os dois homens e que tirou fotos com várias pessoas que acompanharam a tentativa da oposição de tentar levar ajuda humanitária à Venezuela pela fronteira com a Colômbia.
“Quiseram banalizar o fato, como se eles fossem pessoas admiradores deste cidadão. É capaz, sim, deles o admirarem, porque são integrantes de uma mesma quadrilha de narcoparamilitares que quer, pela via da violência, banhar a Venezuela de sangue”, disse Saab.
O procurador-geral da Venezuela também disse que quatro familiares de Jhon Jairo Durán, que está preso na Colômbia, foram mortos recentemente. Para ele, os crimes foram uma tentativa de silenciá-lo.
“A hipótese de investigação que pode haver aqui os fez matá-los para silênciá-lo, para que ele não diga o que o mundo está conhecendo agora, da vinculação estreita, orgânica, entre o senhor Guaidó e este grupo narcoparamilitar”, afirmou Saab.
(Com EFE)