A Ucrânia foi forçada a alterar alguns de seus planos militares para uma esperada contra-ofensiva na guerra com a Rússia, devido ao vazamento de documentos confidenciais dos Estados Unidos, informou a emissora americana CNN nesta segunda-feira, 10.
De acordo com a emissora, uma fonte próxima ao presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, os dados publicados eram demasiado reveladores sobre os pontos fortes e fracos dos ucranianos perante Moscou.
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Alguns dos documentos supostamente vazados contêm informações fictícias e, segundo especialistas consultados por diversas agências de notícias e jornais americanos, pareciam parte de uma campanha de desinformação russa. No entanto, muitos dos dados revelados eram precisos, enquanto o formato dos documentos se assemelha muito ao de papéis oficiais.
Autoridades dos Estados Unidos estão tentando encontrar a fonte do vazamento, responsável por abrir ao público uma ampla gama de tópicos, desde informações sobre as defesas aéreas da Ucrânia até a agência de espionagem Mossad, de Israel.
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Alguns especialistas afirmam que a origem do vazamento pode ser americana.
“O foco agora é que isso seja um vazamento dos Estados Unidos, já que muitos dos documentos estavam apenas nas mãos dos americanos”, disse Michael Mulroy, ex-alto funcionário do Pentágono, à agência de notícias Reuters em entrevista.
Questionado sobre a reportagem da CNN, o assessor presidencial Mykhailo Podolyak disse a repórteres que os planos estratégicos da Ucrânia permanecem inalterados, mas que planos táticos mais específicos sempre estão sujeitos a mudanças.
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“Existem tarefas estratégicas – elas são imutáveis”, afirmou. “Mas os cenários operacionais e táticos são constantemente refinados, com base na avaliação da situação no campo de batalha, provisão de recursos, dados de inteligência sobre os recursos do inimigo, etc.”, completou.
Podolyak alegou ainda que seria “impossível” reavaliar os planos da contra-ofensiva, porque “eles só estão sendo elaborados agora”.