Após uma reunião entre o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, seu gabinete, membros de empresas de energia e algumas autoridades locais, o conselheiro presidencial Kyrylo Tymoshenko anunciou que o governo vai restringir o fornecimento de energia em toda a Ucrânia das 7h às 11h a partir desta quinta-feira, 20. O uso de iluminação pública também será limitado em algumas cidades.
“Por favor, levem isso a sério”, disse Tymoshenko em seu canal Telegram. “Isso vale para moradores de TODAS as regiões do país. Estes são passos forçados. Portanto, todos trabalharemos juntos no front!”
Na mais recente fase da guerra na Ucrânia, que dura quase oito meses, a Rússia declarou abertamente a intenção de atacar infraestrutura vital, como usinas de energia, instalações hidráulicas e outras infraestruturas importantes.
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Uma autoridade ucraniana disse na quarta-feira 19 que 40% do sistema de energia elétrica do país foi severamente danificado, enquanto o presidente Zelensky afirmou que as forças russas destruíram 30% das usinas de energia da Ucrânia desde 10 de outubro.
Os ataques ocorrem em um momento crítico, com a aproximação do inverno. Esta quinta-feira, 20, marca o início da temporada de aquecimento para Kiev, que, como a maioria dos centros urbanos da Ucrânia e até da Rússia, usa um sistema central da era soviética, controlado pela cidade, que fornece aquecimento para prédios residenciais e empresas.
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Na cidade de Enerhodar, no sul da Ucrânia e ao lado da Usina Nuclear de Zaporizhzhia – um dos focos mais preocupantes da guerra – bombardeios atingiram infraestruturas de energia e água. Mísseis também danificaram gravemente uma instalação de energia perto da cidade natal de Zelensky, Kryvyi Rih, no centro-sul da Ucrânia, cortando a energia de vilarejos, cidades e um distrito da cidade.
O presidente russo, Vladimir Putin, espera tornar a vida tão intolerável no país que os ucranianos culparão seu próprio governo. A narrativa se encaixa em sua fala anterior de que a Ucrânia é um estado falido e parte histórica da Rússia. Depois de oito meses de guerra, o russo ainda espera que acreditem nele.