A União Europeia enviou a Kiev nesta quarta-feira, 20, os primeiros 4,5 bilhões de euros em auxílio financeiro e militar do novo Mecanismo para a Ucrânia, criado pelo bloco no início de março.
“Hoje é um bom dia para a Ucrânia, uma vez que estão mais fundos da União Europeia estão fluindo para satisfazer necessidades urgentes”, disse a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, em comunicado. “A Comissão acaba de pagar à Ucrânia uma primeira parcela de 4,5 mil milhões de euros do Mecanismo. Este pagamento, sob a forma de financiamento intercalar, é crucial para ajudar a Ucrânia a manter o funcionamento do Estado neste momento difícil”.
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“A Ucrânia também cumpriu o plano da Ucrânia. Este sucesso é ainda mais impressionante porque foi apenas há 19 dias que o Mecanismo de Apoio à Ucrânia entrou em vigor. O plano traça a forma como a Ucrânia pode regressar ao rápido crescimento e começar a recuperar as perdas que a guerra causou. Com isso, a Ucrânia lançou uma base sólida para o apoio da União Europeia, até ao final de 2027”, completou von der Leyen.
O primeiro-ministro ucraniano, Denys Shmyhal, que está em Bruxelas para uma bilateral com o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, disse em uma publicação no X, antigo Twitter, que, após “discussões frutuosas”, ele estava “satisfeito por partilhar boas notícias”.
“Hoje recebemos uma primeira parcela no valor de 4,5 bilhões de euros através do Financiamento Excepcional de Ponte do Mecanismo para a Ucrânia”, escreveu ele. Shmyhal também disse estar “grato” a von der Leyen por “seu apoio inestimável”.
“Isto fortalece a nossa estabilidade econômica e financeira”, acrescentou.
After fruitful discussions in Brussels, I'm pleased to share good news. Today we received a first tranche in amount of €4.5 billion through the Ukraine Facility Exceptional Bridge Financing. Grateful to @vonderleyen for her invaluable support. This strengthens our economic and…
— Denys Shmyhal (@Denys_Shmyhal) March 20, 2024
Escassez de equipamentos
Em dezembro passado, a Ucrânia afirmou que reduziu o número de operações militares contra a Rússia por enfrentar escassez de artilharia, em meio à redução de assistência militar e financeira internacional. Naquele mês, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, viajou aos Estados Unidos para apelar ao Congresso e à Casa Branca por uma nova leva de auxílio, sem sucesso.
“Há um problema com a munição, especialmente [cartuchos da era] pós-soviética – são 122 mm, 152 mm. E hoje estes problemas existem em toda a linha da frente”, disse o general do Exército ucraniano Oleksandr Tarnavskyi à agência de notícias Reuters. “Os volumes que temos hoje não são suficientes para nós hoje, dadas as nossas necessidades. Então, estamos redistribuindo isso. Estamos replanejando tarefas que definimos para nós mesmos e tornando-as menores porque precisamos sustentá-las”, acrescentou.
Devido à falta de financiamento, os soldados ucranianos da linha de frente sudeste estariam atuando na defensiva, e não na ofensiva, em alguns locais.