Quem diria que um acessório tão pequeno, com um símbolo tão sutil, pudesse causar tamanha confusão. Nesta terça-feira, 22, a Ucrânia comunicou que vai convocar seu embaixador húngaro para protestar, depois que o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, foi a uma partida de futebol usando um cachecol com um mapa de sua nação bastante diferente.
O símbolo no acessório do premiê representava uma Hungria cujo território englobava uma parte da Ucrânia, informou o Ministério das Relações Exteriores ucraniano, o que as autoridades do país que tem solo ameaçado por uma guerra em grande escala consideraram digno de protesto.
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Na mídia ucraniana, circularam imagens de Orbán encontrando um jogador de futebol húngaro usando um cachecol que o jornal online ucraniano Ukrainska Pravda disse retratar um mapa da “Grande Hungria”, incluindo partes do território que agora pertencem aos estados vizinhos da Áustria, Eslováquia, Romênia, Croácia, Sérvia e Ucrânia.
“A promoção de ideias revisionistas na Hungria não contribui para o desenvolvimento das relações ucraniano-húngaras e não cumpre os princípios da política europeia”, escreveu o porta-voz da chancelaria ucraniana, Oleg Nikolenko, no Facebook.
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Nikolenko disse que a Ucrânia queria um pedido de desculpas e uma refutação de quaisquer reivindicações húngaras em território ucraniano. Mas o premiê da Hungria foi omisso ao abordar o tema em uma postagem no Facebook, também nesta terça-feira.
“Futebol não é política. Não leia coisas que não existem”, escreveu ele. “A seleção húngara pertence a todos os húngaros, onde quer que vivam!”
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Os dois países entraram em conflito repetidamente nos últimos anos. A Hungria acusa a Ucrânia de chamadas “restrições” ao direito dos húngaros étnicos, que lá habitam, de usar sua língua nativa, especialmente em escolas. Em 2017, a Ucrânia aprovou uma lei restringindo o uso de línguas minoritárias em instituições de ensino.