A União Europeia anunciou nesta sexta-feira, 17, que vai apoiar a Ucrânia e sua vizinha Moldávia se tornarem candidatas ao bloco, uma das mudanças geopolíticas mais dramáticas resultantes da invasão da Rússia.
A Ucrânia solicitou a adesão à União Europeia apenas quatro dias depois que as tropas russas cruzaram sua fronteira em fevereiro. Quatro dias depois, Moldávia e Geórgia fizeram o mesmo – estados ex-soviéticos menores que também lutam contra regiões separatistas ocupadas por tropas russas.
“A Ucrânia demonstrou claramente a aspiração do país e a determinação do país de viver de acordo com os valores e padrões europeus”, disse a chefe da Comissão Executiva, Ursula von der Leyen, em Bruxelas. Ela fez o anúncio vestindo cores ucranianas, um blazer amarelo sobre uma camisa azul.
O presidente Voloymyr Zelensky agradeceu a von der Leyen e aos estados membros da União Europeia no Twitter por uma decisão que chamou de um passo “que certamente nos levará mais perto da vitória”. A presidente da Moldávia, Maia Sandu, saudou um “forte sinal de apoio à Moldávia e aos nossos cidadãos!” e disse que contava com o apoio dos estados membros da União Europeia.
“Estamos comprometidos a trabalhar duro”, disse ela no Twitter.
Ao recomendar o status de candidato para a Ucrânia e a Moldávia, a Comissão adiou o processo para a Geórgia, que, segundo o bloco, deve atender a mais condições primeiro.
Espera-se que os líderes dos países membros endossem a decisão em uma cúpula na próxima semana. Os líderes dos três maiores – Alemanha, França e Itália – sinalizaram sua solidariedade na quinta-feira visitando Kyiv, juntamente com o presidente da Romênia.
“A Ucrânia pertence à família europeia”, disse o alemão Olaf Scholz após se encontrar com o presidente Zelensky.
A Ucrânia e a Moldávia ainda enfrentarão um longo processo para atingir os padrões exigidos para a adesão, e há outros candidatos na sala de espera. A adesão também não é garantida – as negociações estão paralisadas há anos com a Turquia, oficialmente candidata desde 1999.