‘Um ano depois, guerra é fracasso estratégico da Rússia’, dizem EUA
Declarações de secretário de Estado seguem visita surpresa do presidente Joe Biden a Kiev e discurso do russo Vladimir Putin
O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, afirmou em uma entrevista coletiva nesta terça feira, 21, que a atuação da Rússia na guerra na Ucrânia é um “fracasso em todos os sentido”. A declaração foi feita ao lado do ministro das Relações Exteriores da Grécia, em Atenas.
Blinken alertou que permitir que a impunidade da Rússia na invasão à Ucrânia abriria uma “caixa de Pandora”, mas que está claro o fracasso de Moscou no conflito.
“Isso se deve à coragem do povo ucraniano. Mas também à força e união dos aliados e parceiros de todo o mundo que vieram apoiar a Ucrânia”, disse ele.
Em Atenas, o secretário de Estado americano elogiou a atuação da Grécia na guerra. Para ele, o país está fortalecendo o flanco oriental do conflito e facilitando os embarques dos aliados através do porto de Alexandria.
As declarações de Blinken seguem uma visita surpresa do presidente americano, Joe Biden, a Kiev, na última segunda, 20. Quase um ano depois da invasão russa na Ucrânia, a viagem, além de reafirmar o apoio americano, também foi saudada pelo presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, como um ato “simbólico” de um “poderoso aliado” e um “sinal extremamente importante de apoio a todos os ucranianos”.
+ Putin suspende controle de armas nucleares e critica retórica dos EUA
Além do apoio, Biden também anunciou um pacote de meio bilhão de dólares em assistência ao país. O auxilio vai contar com munição de artilharia, sistemas de antiblindados e redares de vigilância aérea.
Nesta terça-feira, Vladimir Putin fez um discurso à Assembleia Federal da Rússia afirmando que a Ucrânia está servindo aos interesses de seus “mestres ocidentais” e ignorando o bem do próprio povo, além de culpar o Ocidente pela escalada na guerra. O presidente russo ainda declarou que Moscou está enfrentando uma ameaça do que ele chama de “valores ocidentais”.
“Eles são responsáveis pela escalada da situação na Ucrânia… pelo grande número de baixas”, disse Putin. “E, claro, o regime de Kiev é essencialmente estranho ao povo da Ucrânia. Eles não estão protegendo seus próprios interesses, mas os de seus países de guarda”.
Putin também voltou a apresentar uma lista de justificativas para a invasão na Ucrânia, incluindo a expansão da Otan, a principal aliança militar ocidental, e prometeu fortalecer suas tropas no conflito. Além disso, o presidente russo também suspendeu a participação do país no novo tratado START, o único grande pacto restante de controle de armas nucleares com os EUA.
+ EUA alertam China a não enviar armas à Rússia para guerra na Ucrânia
Também nesta terça, Biden fará um discurso na Polônia, no qual deve fazer uma “declaração afirmativa de valores”, em vez de uma refutação direta ao discurso do presidente russo.
“Não estabelecemos para o discurso uma espécie de confronto direto”, disse Jake Sullivan, conselheiro de segurança nacional dos Estados Unidos. “As observações do presidente hoje são sobre algo maior. E escolhemos esta hora, selecionamos esta data, não porque o presidente Putin estava falando hoje”.