A União Europeia (UE) adotou, nesta segunda-feira, novas sanções contra a Coreia do Norte, diante da “persistência da ameaça que representa para a paz e para a estabilidade internacionais” por seu programa nuclear e balístico – anunciou o Conselho da UE. “O Conselho adotou novas medidas autônomas da UE para continuar aumentando a pressão sobre este país”, entre elas a proibição de investimentos europeus em todos os setores da economia norte-coreana, assim como da venda de produtos petrolíferos refinados e de petróleo, detalhou a instituição.
Os europeus desejam enviar uma mensagem “de grande firmeza (…) para trazer a Coreia do Norte de volta à mesa de negociações e forçá-la a respeitar suas obrigações” em termos de desnuclearização, ressaltou o chefe da diplomacia francesa, Jean-Yves Le Drian.
Com as novas sanções, os 28 países-membros do bloco reduzem de 15.000 euros (17.700 dólares) para 5.000 euros o limite do montante das remessas pessoais que podem ser transferidas para a Coreia do Norte. O motivo: as suspeitas de seu uso “para apoiar programas ilegais de mísseis nucleares e balísticos no país”. Além disso, incluem o Exército Popular coreano e seu ministério de tutela na “lista negra”, o que significa o congelamento de seus bens na União Europeia. “O Exército Popular coreano compreende as forças balísticas estratégicas, que controlam as unidades de mísseis estratégicos nucleares e convencionais” da Coreia do Norte, afirma a UE em sua decisão.
Quatro outras instituições e empresas norte-coreanas suspeitas de contribuírem para as atividades nucleares de Pyongyang foram adicionadas nesta segunda à lista, bem como os nomes de três norte-coreanos, incluindo dois chefes do departamento de munições do “ministério da Indústria Militar”. Além do congelamento de bens, essas personalidades são proibidas de entrar no território europeu. No total, a “lista negra” da União Europeia inclui 104 personalidades e 63 entidades, visadas por seu suposto envolvimento nos programas militares norte-coreanos.
O bloco também decidiu não renovar as autorizações de trabalho para os norte-coreanos, com exceção dos beneficiários de proteção internacional, e adicionou três pessoas e seis entidades à sua lista negra por apoio aos programas de desenvolvimento balístico e nuclear. A medida afeta particularmente os centenas de norte-coreanos que trabalham na Polônia, principalmente no setor de construção naval.
Essas sanções são complementares àquelas decididas em setembro pelo Conselho de Segurança da ONU em resposta a um novo teste nuclear norte-coreano. Estas já haviam sido aplicadas pelos europeus, especialmente contra suas principais exportações, como carvão, ferro e pescado. Em conformidade com a determinação da ONU, a UE impôs medidas restritivas contra 63 pessoas e 53 entidades.
Em um outro plano, os europeus decidiram nesta segunda-feira realizar “ações coordenadas no fim desta semana” com 25 países para aplicar de forma mais estrita as sanções da ONU destinadas a drenar as fontes de financiamento da Coreia do Norte, segundo explicou a chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini.
Entre esses países, a UE espera pressionar a Tailândia, o Camboja e o Vietnã, mas também a República Democrática do Congo, Eritreia, Angola e Fiji, segundo uma fonte europeia.
(com AFP)