Fortaleça o jornalismo: Assine a partir de R$5,99
Continua após publicidade

União Europeia quer vetar parmesão e conhaque ‘made in Brazil’

348 itens têm nomes que são reivindicados como de uso da União Europeia, por serem produtos com a chamada "indicação geográfica"

Por Da Redação 10 dez 2017, 14h00

A lista de compras do brasileiro sofrerá mudanças se for acatado um pedido dos europeus apresentado nas negociações para criar uma área de livre-comércio com o Mercosul. Um documento de oito páginas enviado por Bruxelas ao Mercosul tem causado preocupação na indústria de alimentos e bebidas.

No total, 348 itens cujos nomes são reivindicados como de uso da União Europeia. Nela, estão todos os produtos com a chamada “indicação geográfica” – termo atribuído a produtos que têm características associadas a um local. Queijos, como parmesão e gorgonzola, a mortadela Bologna, conhaque, entre outros, poderão ter os nomes postos em xeque porque.

A lista, porém, não se restringe a termos com especificação geográfica. O queijo feta, por exemplo, não tem origem em nenhuma área específica da Grécia, mas está na lista.

“O Brasil é um país de imigrantes que chegaram e começaram a produzir aqui o que faziam na Europa. Não podemos aceitar”, diz a superintendente de relações internacionais da Confederação da Agricultura e Pecuária (CNA), Lígia Dutra. A entidade é uma das que tenta convencer negociadores do Mercosul a rejeitar ou flexibilizar a lista. Hoje, há consulta pública sobre o tema no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi) e incentivo para a participação dos afetados.

O senso de urgência dos fabricantes nacionais aumentou com os sinais de que as negociações entre os dois blocos avançam e há chance de um pré-acordo nos próximos dias.

Continua após a publicidade

Ainda não é possível afirmar qual seria o impacto caso o Mercosul aceite a lista da UE. Responsável pelo registro de marcas no Brasil, o presidente do Inpi, Luiz Otávio Pimentel, diz que tudo depende do acordo. “Se aceitarmos a lista, um produtor brasileiro não poderia usar os nomes, mas é possível negociar”, afirmou

Há casos em que produtores antigos ganham na Justiça o direito ao uso do nome. Por outro lado, há situações em que o uso do termo “tipo” é questionado pelos donos das marcas.

A UE argumenta que a indicação geográfica serve para proteger mercadorias contra cópias, garante a qualidade ao consumidor e ainda é um elemento de marketing. Parceiros comerciais, porém, acusam os europeus de usar o instrumento como uma sofisticada maneira de protecionismo. A estratégia parece ainda mais sagaz porque também são colocadas restrições na comercialização desses itens com terceiros países.

Continua após a publicidade

Diante do avanço das conversas entre Mercosul e UE, até os EUA reagiram. Discretamente, o país tem manifestado a autoridades sul-americanas posição contrária ao pedido europeu.

A China também estuda atualmente uma lista, mas bem menor que a apresentada ao Mercosul: tem apenas 100 itens.

Alguns mercados já se adaptaram à indicação geográfica da UE. No Reino Unido, o termo “conhaque” é usado apenas para a bebida produzida na região da Cognac, no oeste francês. Todas as outras bebidas semelhantes são vendidas como “brandy”. No Brasil, o termo é usado indistintamente — pelo menos, por enquanto.

(com Estadão Conteúdo)

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

a partir de 39,96/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.