A União Europeia vai oferecer 2.000 euros por pessoa (quase 11.000 reais) a imigrantes residentes nas ilhas gregas do Mar Egeu, em esquema de retorno voluntário ao país de origem. O objetivo é aliviar as condições nos campos de refugiados locais, sobrecarregados desde ao fluxo migratório de 2015.
A quantia é mais do que cinco vezes a soma geralmente oferecida para ajudar os migrantes a retornarem a seus países de origem. A oferta vai durar um mês, para evitar que mais pessoas se encaminhem às ilhas somente para receber o benefício. Segundo o jornal britânico The Guardian, o esquema não se aplica a refugiados que não têm casas para retornar, mas aos migrantes econômicos.
Para a Organização Internacional pela Migração das Nações Unidas, o retorno voluntário poderia ser uma maneira rápida de aliviar a pressão sobre os campos nas ilhas gregas, onde as condições são “totalmente inaceitáveis”. No mês passado, mais de 36.000 solicitantes de refúgio estavam hospedados em centros de acolhimento em cinco ilhas, originalmente projetados para um total de 5.400 pessoas.
Atualmente, mais de 20.000 pessoas vivem no campo de Moria, na ilha de Lesbos. Em julho passado, eram apenas 5.000. Os refugiados representam quase 85% do grupo. A maioria veio do Afeganistão e Síria – mas também do Iraque, Palestina, Somália e República Democrática do Congo.
A entrada de imigrantes na Grécia revigorou depois que o país vizinho, a Turquia, declarou que “abriria as portas” para a Europa. O presidente, Recep Erdogan, disse no início do mês que a União Europeia só pagou metade dos 6 bilhões de euros (32 bilhões de reais) acordados para que a Turquia contivesse o fluxo migratório, especialmente de sírios. Desde então, cerca de 10.000 pessoas se concentraram na fronteira com a Grécia.
O programa de retornos voluntários das Nações Unidas já levou mais de 18.000 pessoas da Grécia de volta aos seus países de origem desde 2016. Contudo, apenas um quinto delas estava nas ilhas. O país vai receber mais 700 milhões de euros (3,75 bilhões de reais) da União Europeia para incentivar o retorno dos migrantes.